ML fecha 2018 com faturamento de R$ 127 bi
Da Redação, de Brasília (com apoio da Abraceel) —
O mercado livre de energia elétrica deverá fechar o ano de 2018 com faturamento em torno de R$ 127 bilhões. Segundo a associação dos comercializadores, a Abraceel, o valor poderia dobrar com a adoção da abertura total do setor elétrico e medidas para a expansão da oferta. A receita representa quase 30% a mais do que no exercício anterior.
Com mais de 240 empresas de comercialização e 5.600 consumidores livres e especiais, o mercado livre representa hoje 80% do consumo industrial brasileiro. Com relação ao volume, o mercado livre comercializa 65% de toda a energia transacionada no país. Apesar da ótima representatividade no setor industrial, a participação no consumo total ainda não é majoritária, tendo registrado um crescimento freado por força das restrições legais.
O mercado livre saltou de 27,5% de toda a energia consumida no país, em 2013, para 31% neste ano. “Isso evidencia o pouco estímulo que foi dado até hoje à abertura do mercado”, explica Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel.
A Abraceel estima que a abertura total do mercado livre de energia poderia propiciar uma redução de R$ 12 bilhões por ano na conta de luz para os 80 milhões de consumidores brasileiros, inclusive em suas residências. Mesmo se a abertura fosse feita somente para a parcela do setor produtivo que ainda não pode usufruir dos benefícios da livre comercialização, a redução poderia atingir R$ 7 bilhões, com a geração de 420 mil postos de trabalho. “Percebe-se que estamos tratando aqui da competitividade da economia brasileira”, afirma Medeiros.
Entre o conjunto de propostas oferecido pela Abraceel aos representantes do novo governo eleito do Brasil, além da abertura do mercado, estão também o despacho por oferta de preços, a separação de lastro e energia e a racionalização dos subsídios que estão hoje na conta de luz. A reforma do setor elétrico vem sendo debatida há anos e já consensada entre os agentes avança no Congresso Nacional por meio do PL 1917/15 na Câmara e PLS 232/16 no Senado.
“Se implementadas, essas medidas poderiam dobrar o tamanho do setor em pouco tempo, com a oferta de energia mais barata e mais limpa”, diz Medeiros. “O setor teria condições de obter novas linhas de financiamento, propiciando a expansão da oferta sem sobrecarregar as contas públicas”, complementa. Segundo Medeiros, a liberalização do mercado é fundamental também para enfrentar a transformação digital do setor, tais como a adoção de novas tecnologias de geração de energia limpa, de armazenamento e as redes inteligentes.
“Tudo isso permite o desenvolvimento de modelos de negócios alternativos que possibilitam colocar o consumidor de energia elétrica com uma participação ativa na gestão do seu consumo”, conclui.