Três razões levaram Aneel a diminuir bandeiras
Maurício Corrêa, de Brasília —
Três razões levaram os diretores da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a aprovar, por unanimidade, a proposta de redução — mesmo que por uma pequena margem — das chamadas bandeiras tarifárias. O diretor relator, André Pepitone, explicou que os fatores considerados pela agência foram o comportamento da carga, devido à diminuição da atividade econômica; as novas usinas que entraram em operação, com cerca de 6.400 MW de energia nova em 2015; e a indiscutível melhoria do regime hidrológico no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Para o diretor Tiago Correia, o mecanismo das bandeiras tarifárias é importante, pois mantém o sinal para os consumidores, de modo pedagógico, utilizando-se as cores de um semáforo. Com o segundo patamar introduzido na bandeira vermelha, Tiago entende que a percepção pelo consumidor fica mais aguda, principalmente agora, quando “é preciso manter o sinal da bandeira vermelha devido à situação de armazenamento dos reservatórios”.
Para o diretor da Aneel, embora São Pedro esteja colaborando e mandando muita chuva sobre grande parte do Brasil, o fato é que os consumidores precisam ter a percepção que continua sendo necessário controlar o consumo e evitar o desperdício de água. Seu colega de diretoria, José Jurhosa, argumentou que se a hidrologia continuar no nível atual, é possível chegar à bandeira amarela no momento de se definir os custos das bandeiras para 2017.
O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, explicou que a bandeira tarifária é a forma apropriada para se cobrar o valor da geração, enquanto o diretor Reive Barros frisou que o sistema das bandeiras é um modo de permitir à agência continuar olhando, permanentemente, para a saúde financeira das distribuidoras.
Coube a Pepitone explicar a decisão para a imprensa. Como argumentou, a evolução do tema “bandeiras” dependerá naturalmente do consumo e das próprias atitudes dos consumidores na forma de utilizar a energia elétrica. “O consumidor precisa estar ciente que, sempre, deve buscar a otimização do sistema elétrico e nunca deve relaxar. Deve permanentemente buscar práticas eficientes do uso da energia”, afirmou.