Silveira pede comprometimento dos países
Da Redação, de Brasília (com apoio do MME) —
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, cobrou o comprometimento dos países no financiamento da transição energética mundial nesta terça-feira, 19 de março, durante o painel “Escolhas políticas para a transição energética”, na CERAWeek by S&P Global, em Houston, nos Estados Unidos. Segundo ele, a liderança do Brasil na COP 30, no próximo ano, terá como objetivo mobilizar o mundo em torno destes compromissos.
“Nós não temos barreiras à emissão de carbono, nós vivemos em um único ecossistema. Com isso, a transição energética só vai se dar de forma mais célere para alcançarmos os objetivos e compromissos assumidos se nós efetivamente tivermos o comprometimento global. Os países precisam respeitar a sua pluralidade energética, as várias rotas tecnológicas”, destacou o ministro.
Silveira chamou a atenção para acordos assinados e ainda não cumpridos nas demais conferências. Projeções recentes realizadas pelo Fórum Econômico Mundial apontam que seriam necessários cerca de US$ 2,2 a US$ 2,8 trilhões anuais até 2030 para o financiamento da transição energética dos países em desenvolvimento, excluindo a China.
“No G20 e na COP 30, no Brasil, queremos promover este debate objetivo sobre a valoração internacional das matrizes energéticas, tanto da descarbonização do setor de transportes e mobilidade quanto do setor elétrico, aproveitando esta janela de oportunidades para além da sustentabilidade, que é a base da economia verde”, defendeu o ministro.
União Europeia
No primeiro dia de participação no 42° encontro anual da CERAWeek, em Houston, nos Estados Unidos, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se reuniu com a comissária de Energia da União Europeia, Kadri Simson. Durante o encontro, o ministro disse que é muito importante que diferentes rotas tecnológicas para promover a descarbonização sejam reconhecidas mundialmente.
“O Brasil tem destaque em biocombustíveis, energia hidrelétrica, é importante que elas sejam reconhecidas como mecanismos fundamentais na taxonomia da indústria e de forma sustentável como está sendo discutida no mundo”, afirmou.
Silveira reforçou a importância dos interesses brasileiros nas negociações sobre mudanças climáticas e cobrou que os mecanismos de financiamento da transição energética sejam efetivamente implementados pelos países desenvolvidos, já que desde 2009 havia uma promessa de que seriam investidos 100 bilhões de dólares por ano a partir de 2020.
“É natural que cada um defenda sua economia local, até para inclusão, até para geração de renda, mas nós vamos discutir de forma muito vigorosa como se dará essa governança e queremos muito contar com o bom senso da União Europeia nesse sentido”, disse.
Alexandre Silveira destacou ainda a liderança do Brasil na COP30 e que pretende, avançar de forma significativa na regulamentação do mercado de carbono, contando que os países desenvolvidos propiciem as condições econômicas necessárias para promover a transição energética.
“Nós entendemos que a transição só vai se efetivar de uma forma mais séria se houver uma governança global com clareza do propósito. Nós acreditamos que é natural e faz parte da soberania a proteção econômica e financeira por parte de cada país, mas a questão da transição, para nós, é algo óbvio, e ela por fazer parte de um único ecossistema, que só vai se dar efetivamente através de uma governança global que realmente se senta na mesa em busca de valorar as várias rotas que fazem parte das potencialidades de cada país”, destacou o ministro.