Silveira convoca indústria para apoiar inovação
Da Redação, de Brasília (com apoio do MME) —
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou que a indústria é não apenas grande consumidora de energia, mas também uma força motriz para inovação, crescimento econômico e na geração de oportunidades de emprego de qualidade e de renda para a população. A afirmação foi feita neste domingo, 03 de dezembro, durante a participação no painel sobre “Transição Energética – Hidrogênio de baixo Carbono”, da Confederação Nacional da Indústria, na COP 28, em Dubai.
“Estamos diante de desafios significativos, mas também de oportunidades extraordinárias para moldar um amanhã mais sustentável, justo e inclusivo.”, pontuou. “Reconheço a responsabilidade que temos em liderar esse caminho de transformação. O nosso país é, sem dúvidas, o líder global na descarbonização da matriz de energia”, acrescentou Silveira.
Para o ministro de Minas e Energia do Brasil, o momento é crucial para o futuro energético e climático do mundo. “O Brasil, com sua participação expressiva em fontes renováveis, seja no setor elétrico, seja com os biocombustíveis, está em posição privilegiada para liderar essa revolução do hidrogênio de baixo carbono”, destacou.
Alexandre Silveira lembrou que o governo brasileiro está viabilizando um arcabouço legal e regulatório estável, seguro, com respeito aos contratos e diálogo permanente entre setores público e privado, a partir de uma visão estratégica para o desenvolvimento do país.
“Devemos promover condições para que as empresas absorvam e desenvolvam inovações tecnológicas e se beneficiem das fontes renováveis, tornando processos mais eficientes e sustentáveis. E, com isso, desenvolvendo novos negócios. Para isso, aumentar o acesso a financiamento é um dos fatores necessários para garantir os investimentos”, ressaltou.
O ministro destacou que tem trabalhado para a criação de fundos para a transição energética. “Um desses fundos começou a nascer ontem, com assinatura de memorando de entendimentos entre BNDES e Banco Mundial, e apoio do MME, para viabilizar pelo menos US$ 1 bilhão só para o hidrogênio de baixo carbono, e com potencial de alavancar várias vezes esse valor” , recordou.
O MME participou também junto ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Informação (MCTI), a Empresa Brasileira de Inovação e Pesquisa (FINEP) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) do lançamento de R$ 20 bilhões em editais para a transição energética, incluindo o hidrogênio de baixa emissão de carbono.
“Esses instrumentos não apenas impulsionarão a transição energética, mas também atrairão investimentos internacionais, fortalecendo nossa indústria e impulsionando o desenvolvimento sustentável”, assinalou o ministro Alexandre Silveira.
Acordo bilateral com Reino Unido
O Brasil e o Reino Unido formalizaram um acordo bilateral para o desenvolvimento e geração de energia limpa e renovável: o Hub de Hidrogênio Brasil-Reino Unido. A parceria foi celebrada neste domingo, 03 de dezembro, pelo ministro Alexandre Silveira e a secretária de Segurança Energética e Emissões Zero do Reino Unido, Claire Coutinho, em Dubai, durante mais uma agenda estratégica do Brasil na COP 28.
O Hub de Hidrogênio Brasil-Reino Unido será uma plataforma multilateral e co-liderada para cooperação no desenvolvimento do hidrogênio por meio de uma oferta internacional coordenada, holística e direcionada. A declaração conjunta assinada neste domingo permitirá ao Brasil o desenvolvimento tecnológico, pesquisas e desenho de ecossistemas de inovação para catalisar os investimentos em hidrogênio de baixa emissão de carbono. O diálogo técnico com o Reino Unido poderá contar com apoio financeiro, principalmente para a estruturação de projetos relacionados ao tema.
O ministro destacou que a parceria com o Reino Unido será fundamental para o país, que está implementando o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2), uma política pública concebida para desenvolver o mercado e a indústria de hidrogênio no Brasil, e o seu potencial para promover a transição energética.
“O Brasil tem dado passos firmes na direção da regulação do hidrogênio de baixa emissão de carbono para, com isso, estruturar as melhores oportunidades de investimentos dessa tecnologia no país. Nós queremos que o Brasil seja um exportador de sustentabilidade, mas que isso gere empregos no nosso país, para que ele possa se industrializar em torno dessa nova agenda e que novos investimentos possam vir para o Brasil com sustentabilidade e com segurança contratual”, afirmou Alexandre Silveira.
Por fim, o ministro ainda destacou que, considerando que o Brasil sediará o G20, a Reunião Ministerial de Energia Limpa e Missão de Inovação (CEM-MI) e a COP30, o Hub de Hidrogênio Brasil-Reino Unido tem grande potencial para ajudar a promover uma arquitetura financeira global mais forte, responsiva e acessível para o setor de transição energética.
A secretária de Segurança Energética e Emissões Zero do Reino Unido, Claire Coutinho, também destacou o acordo com o Brasil e elogiou o trabalho realizado no país, que tem demonstrado avanços na política do hidrogênio ao ser tratada como prioridade no governo do presidente Lula.
“Tenho orgulho de trabalhar em estreita colaboração com o Brasil e outras nações ao redor do mundo em nossa missão compartilhada de enfrentar as mudanças climáticas. Nossa expectativa é mobilizar um pacote de apoio para ajudar a acelerar os planos de transição do hidrogênio no Brasil. Tudo isso abre caminho para a presidência da COP do Brasil em 2030, com o Reino Unido lado a lado para mostrar ao mundo como podemos desbloquear com sucesso investimentos verdes e turbinar a transição para combustíveis mais limpos”, afirmou a secretária Claire.