Transição energética une BNDES e Bird
Da Redação, de Brasília (com apoio do MME) —
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participou, neste sábado, 02 de dezembro, da assinatura da parceria entre o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com o Banco Mundial. As instituições assinaram memorando de entendimento para desenvolver mecanismos de financiamento em toda a cadeia de valor do hidrogênio de baixo carbono. O documento engloba projetos de captura de carbono; eletrolisadores e equipamentos associados; logística e infraestruturas compartilhadas em hubs voltados para essa tecnologia; combustíveis sintéticos; e descarbonização industrial.
O ato, que ocorreu durante a COP 28, em Dubai, valida a possibilidade de co-financiamento, garantias, financiamento de assistência técnica e o desenvolvimento de linha de crédito a ser concedida pelos bancos. “Hoje damos passos consistentes para viabilizar mais essa entrega para o país. Teremos fundos que trazem dinamismo e reduzem o custo de projetos de larga escala para acelerar a transição energética, e de uma maneira justa e inclusiva”, afirmou o ministro.
O memorando também inclui o compartilhamento de conhecimentos para estimular investimentos em hidrogênio de baixa emissão de carbono no país, o fortalecimento dos recursos existentes e do diálogo mais amplo no país e no mundo sobre esses temas. Na assinatura do documento, os representantes do BNDES e do Banco Mundial destacaram, ainda, a importância de uma linha de crédito de até US$ 1 bilhão do Banco Mundial com o propósito de criar um fundo de riscos para apoiar projetos de hidrogênio.
“A cooperação com o Banco Mundial e o potencial de investimentos de até US$ 1 bilhão em projetos de hidrogênio de baixo carbono representam mais uma oportunidade para a realização do objetivo do BNDES de promover uma reindustrialização verde no Brasil e potencializar sua reconhecida missão de fomento ao uso de energias renováveis no país, com a expansão e diversificação de sua matriz energética limpa. O Memorando de Entendimento também fortalecerá a parceria entre o Banco Mundial e o BNDES na adaptação de transações financeiras inovadoras para alcançar objetivos desafiadores”, ressaltou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
De acordo o ministro Alexandre Silveira, o Brasil terá mais acesso ao financiamento para a transição energética, colocando o país ainda mais na vanguarda da economia verde. “Vamos garantir um portfólio de projetos consistentes e integrados a demandas de grande valor agregado no país”, pontuou. “Vamos alcançar mais de R$ 2 trilhões em investimentos e gerar mais de 500 mil empregos em 10 anos com a Política de Transição Energética”, anunciou o ministro.
Silveira recordou que o presidente Lula liderou a primeira reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e endossou as bases para o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2). Um esforço coordenado pelo MME com participação de diversos outros ministérios. E também, fruto de importantes contribuições de instituições públicas, setor privado e academia.
O ministro lembrou também que o Brasil tem caminhos objetivos e concretos para o desenvolvimento da transição energética. “Me lembro bem que o Presidente Lula nos cobrou ambição e velocidade, com foco em resultados que efetivamente tenham impacto positivo na vida das pessoas. Estamos dia e noite perseguindo esse objetivo”, afirmou.
Ainda durante o evento, Alexandre Silveira destacou que não se faz nada sem parceria, e o BNDES, com a liderança do presidente Aloízio Mercadante e o dinamismo da diretora Luciana da Costa, vem sendo um parceiro de primeira hora, extremamente comprometido com os interesses do país.
“Junto com o presidente Mercadante, decidimos pela importância de estabelecer fundos para a transição energética. Damos passos firmes para o futuro com desenvolvimento econômico, frutos sociais e respeito ao meio ambiente”, pontuou o ministro de Minas e Energia.
Emirados
Alexandre Silveira também se reuniu, neste sábado, com o diretor de investimentos da Abu Dhabi National Oil Company for Distribution (ADNOC), Klaus Froehlich. A reunião com o executivo de uma das maiores petrolíferas do mundo, com sede nos Emirados Árabes Unidos, dá continuidade a uma série de agendas da delegação brasileira na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças do Clima (COP-28), que se realiza em Dubai.
No encontro, foram discutidos investimentos no setor de biorrefinarias e a importância estratégica do Brasil na produção de combustíveis renováveis. Com um mercado promissor para investimentos, o setor tem oportunidades em refinarias integradas a ativos petroquímicos, além do avanço do uso de etanol na produção do “plástico verde”, que é biodegradável.
“Nós somos campeões mundiais na produção de biocombustíveis, com uma capacidade tanto do fornecimento de matéria-prima quanto de processamento para produzirmos muito mais. Estamos entrando em uma nova geração de combustíveis renováveis, muito mais eficientes, que vão abrir novos mercados para o Brasil e atender a uma demanda global que visa a descarbonização da mobilidade e da indústria. Com a produção de diesel verde e combustível sustentável de aviação, vamos nos tornar para os biocombustíveis o que a Arábia Saudita é hoje para o petróleo”, comparou Silveira.
A gigante do petróleo de Abu Dhabi vem investindo fortemente em descarbonização, com alocação de US$ 3,8 bilhões para uma rede submarina em operações offshore, o que reduzirá a pegada de carbono em 50%. Também investe em transmissão de energia via cabos submarinos, com objetivo de aposentar termelétricas movidas a gás natural. Além disso, prevê US$ 15 bilhões para soluções de baixo carbono, visando zero emissões líquidas até 2045 e zero emissões de metano até 2030.