FPSO Guanabara alcança capacidade máxima
A Petrobras informou que o navio plataforma Guanabara, instalado no campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos, alcançou sua capacidade máxima de produção, com a marca de 180 mil barris de petróleo por dia (bpd), cerca de oito meses depois de a unidade entrar em operação. O Guanabara é do tipo FPSO (sistema flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo) e atingiu esse resultado com quatro poços produtores e três injetores de gás.
Segundo comunicado da estatal ao mercado, é a primeira plataforma de uma série de quatro unidades definitivas programadas para Mero, cada qual com capacidade de produzir até 180 mil bpd de petróleo.
O desempenho se deve à alta produtividade por poço, à aceleração da curva de aprendizado e à utilização de tecnologias de última geração no campo – como a chamada configuração em loop para os poços injetores de água e gás e a separação de dióxido de carbono (CO2) por membranas.
“O resultado evidencia um ramp up (evolução) da produção em ritmo consistente, indicando elevada produtividade do campo e uma estratégia de desenvolvimento acertada, dentro dos mais rigorosos padrões de segurança operacional”, afirmou o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Fernando Borges.
Além da FPSO Guanabara, o campo de Mero abriga o FPSO Pioneiro de Libra, que opera o Sistema de Produção Antecipada (SPA 2), produzindo atualmente 50 mil bpd.
O SPA 2 é dedicado à avaliação do comportamento da produção do campo. Com as duas unidades em operação, o campo de Mero produz atualmente cerca de 230 mil bpd.
Volta da produção do Polo Bahia Terra
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) enviou requerimento ao ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, nesta sexta-feira, 13, pedindo a “realização urgente de audiência” para tentar resolver a interrupção da produção do Polo Bahia Terra, um conjunto de 37 campos terrestres de exploração, produção e instalações associadas, localizados na bacia do Recôncavo e Tucano, na Bahia.
A FUP quer negociar uma solução com a Petrobras, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as entidades sindicais e os municípios diretamente afetados pela interdição do Polo Bahia Terra para que ele volte a produzir.
A ANP interrompeu a produção do Polo em meados de dezembro do ano passado após constatar irregularidades que comprometem a segurança de trabalhadores e do meio ambiente.
“Queremos integrar formalmente o grupo de trabalho, e participar da construção do Termo e Ajustamento de Conduta (TAC) resultante de negociação mediada pelo MME”, afirmou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
Na quinta, 12, a ANP aprovou a formação de um grupo de trabalho para avaliar a situação da operação do Polo Bahia Terra, que estava sendo negociado pela Petrobras com a Eneva e a PetroRecôncavo. Segundo a Petrobras, as negociações continuam.
A FUP informou ainda, que a atual gestão da Petrobras, ainda formada por pessoas indicadas pelo governo anterior, apresentou um plano com cronogramas para reparar, consertar e dar a manutenção devida às instalações, cumprindo requisitos legais e exigências da ANP, com os 37 poços funcionando.
“Entendemos que essa é a medida mais adequada para evitar a demissão de 4,5 mil trabalhadores que atuam nesses poços e instalações, e evitar também a queda da arrecadação de royalties dos municípios locais e o abastecimento”, disse a FUP em nota.
O documento da FUP destaca que “a audiência requisitada há de demonstrar, categoricamente, a necessidade e a possibilidade de adoção de medidas mitigatórias e alternativas técnicas, em direção à potencial celebração de um TAC que permita a retomada das operações das unidades”.
Em 2020, o Polo Bahia Terra produziu cerca de 14 mil barris diários de petróleo por dia e 642 mil metros cúbicos de gás, segundo teaser de venda do ativo.
Os campos do Polo Bahia Terra produzem óleo parafínico, que vai para a refinaria de Mataripe , antiga Landulpho Alves (Rlam), e para o Polo Petroquímico de Camaçari, também na Bahia. “Ou seja, a suspensão das atividades gera vários problemas. Parar o Polo é a pior alternativa”, afirmou Bacelar.