MME anuncia “Combustível do Futuro”
Da Redação, de Brasília (com apoio do MME) —
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participou nesta quarta-feira, 14 de junho, em Brasília, da abertura do evento Anfavea – Conduzindo o Futuro da Eletrificação no Brasil. Em seu discurso, ele anunciou que o Projeto de Lei Combustível do Futuro deverá ser encaminhado ao Congresso na próxima semana. O projeto está em aprimoramento na Casa Civil e, segundo o ministro, estabelecerá um grande marco para mobilidade sustentável de baixo carbono com ações para descarbonizar diferentes modos de transporte, como a aviação, sendo maior programa de descarbonização do mundo.
“Queremos mais tecnologia nos nossos biocombustíveis, mais eficiência, mais produtividade no campo, mais sustentabilidade da cadeia. Tudo isso, para garantirmos geração de emprego e renda, menor preço ao consumidor e diminuição da pegada de carbono. Já inserimos esse olhar no PL do Combustível do Futuro, que está em fase final de aprimoramento pela Casa Civil e será o maior programa de descarbonização do mundo”, afirmou o ministro Alexandre Silveira.
No Programa Combustível do Futuro, o Brasil vai valorizar a mobilidade sustentável de baixo carbono com utilização das diferentes rotas tecnológicas, incluindo biocombustíveis e eletrificação. Esse marco legal busca combater as emissões de gases do efeito estufa com integração de diferentes políticas públicas como o RenovaBio e o Rota 2030.
Dada à sua competividade para reduzir emissões quando é feita a análise de ciclo de vida do poço à roda, os veículos flex híbridos movidos a etanol são muito competitivos para reduzir emissões e devem aumentar a produção no País com exportação da tecnologia para outros países.
Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), empresa pública vinculada ao MME, haverá aumento da oferta de etanol de 31 bilhões de litros em 2022 para 47 bilhões de litros em 2032, com destaque para o etanol de milho.
O Ministério também busca desenvolver a cadeia de minerais estratégicos para transição energética, como o lítio, para produção de baterias, fundamentais para eletrificação veicular. O País se destaca pelo percentual de renováveis na matriz de energia elétrica de 82,9%, enquanto no mundo a média é de 28,6%.
Dessa forma, a pegada de carbono para produção de veículos elétricos e baterias no Brasil é menor do que em outros países dada à renovabilidade da nossa matriz e o País pode se tornar um hub para promoção da eletrificação do transporte.
Eletrificação
Silveira destacou também em seu discurso a importância da eletrificação dos veículos para a descarbonização automotiva. “O Brasil tem um compromisso claro com a transição energética e com a redução do carbono na matriz de transportes. E esse compromisso é prioridade para o governo do presidente Lula. A mobilidade elétrica, sem dúvida, é e será uma das principais frentes para descarbonizar os transportes. Dominamos a tecnologia, mas precisamos garantir escala, aumentando a competitividade e tornando essa realidade acessível às brasileiras e brasileiros”, afirmou.
Durante o evento, o ministro também falou de sua admiração pela indústria automotiva e sua imensa importância para a economia do país, por meio das suas cadeias produtivas a ela vinculadas. “A indústria automotiva possibilita o que tanto queremos para o nosso país, que é a geração de emprego e renda para a população. Queremos trabalhar em conjunto com a indústria para alinhar o nosso planejamento de médio e longo prazos, focando em um aproveitamento mais eficiente dos recursos que o País dispõe”, finalizou Alexandre Silveira.
Emirados Árabes Unidos
Ainda nesta quarta-feira, foi assinado memorando de entendimento para cooperação no campo de energia renovável entre o MME e o Ministério de Energia e Infraestrutura dos Emirados Árabes Unidos.
Alexandre Silveira recebeu a ministra de Estado para Cooperação Internacional dos Emirados Árabes Unidos, Reem Al Hashimy, juntamente com sua comitiva do governo – também composta por investidores árabes, para um encontro em que se discutiu parcerias entre os dois países, principalmente no fomento à geração e uso de energias renováveis e prospecção de novos investimentos no Brasil.
“Nós identificaremos e trabalharemos juntos para estabelecermos projetos produtivos na área de energia verde que serão importantes para o Brasil e serão também para os investidores e os fundos dos Emirados Árabes. Vamos buscar soluções práticas e convergentes que possam minimizar a questão climática e com impactos diretos para a nação brasileira, que ainda sofre com as desigualdades. Nós não decepcionaremos os investidores que aqui venham contribuir para o desenvolvimento do nosso país”, afirmou o ministro brasileiro, reforçando o trabalho para garantir previsibilidade e segurança jurídica aos investidores.
Um dos projetos destacados por Silveira foi o de Descarbonização da Amazônia. O ministro afirmou que os EAU poderão ajudar no desenvolvimento do projeto, inclusive na próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP-28), que será realizada em Dubai, no final do ano. A previsão é de que a COP-30 seja realizada na Amazônia.
“É um projeto muito ambicioso e de repercussão mundial. Todos sabemos o que a Amazônia representa para o mundo, então nós iniciaremos o projeto para transformar a energia nos sistemas isolados que hoje ainda são a combustível fóssil em energia limpa. Temos muito interesse na participação dos Emirados Árabes no desenvolvimento das ações”, destacou o ministro.
O memorando firma o compromisso dos dois países em colaborar no campo das energias renováveis, hidrogênio verde e de baixo carbono, conversão de energia e tecnologias de descarbonização e biocombustíveis, além do intercâmbio e criação de redes de informação e o compartilhamento de experiências em assuntos relacionados à regulamentação.