Arábia Saudita aumenta preço do petróleo
A Arábia Saudita elevou nesta segunda-feira, 05, os preços de julho para vendas de petróleo a compradores asiáticos, um dia após uma reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) na qual disse que reduziria a produção de petróleo em 1 milhão de barris por dia (bpd). A Saudi Aramco elevou os preços de seu petróleo leve árabe de referência em US$ 0,45 o barril para compradores asiáticos.
A Aramco também aumentou os preços para os consumidores norte-americanos e do Norte da Europa de todas as variedades de petróleo bruto em US$ 0,90 o barril. Para os compradores do Mediterrâneo, a Aramco elevou os preços em US$ 0,60 o barril em todas as variedades. As vendas de petróleo leve em julho terão um prêmio de US$ 2,50 o barril em relação ao Brent.
O preço que a gigante estatal do petróleo estabelece reflete a forma como a Arábia Saudita vê as perspectivas para a demanda de petróleo na China, um de seus maiores mercados e um grande consumidor da oferta global da commodity. O aumento dos preços costuma ser considerado uma indicação de que está otimista em relação à demanda.
No entanto, o aumento ocorre um dia depois de uma reunião da Opep+, na qual a Arábia Saudita anunciou que reduzirá unilateralmente a produção em 1 milhão de barris por dia a partir de julho. Outros membros do grupo deixaram seus planos de abastecimento inalterados. Fonte: Dow Jones Newswires
Sauditas cortam 1 mi de barris/dia de óleo
A Arábia Saudita anunciou cortes de 1 milhão de barris por dia (bpd) em sua produção de petróleo, em um passo unilateral para tentar evitar quedas mais profundas dos preços internacionais do combustível fóssil. Cortes anteriores, realizados por membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), falharam em empurrar os preços para cima. A decisão da Arábia Saudita, produtor dominante da Opep, ocorreu após negociações com países-membros do grupo em Viena, na Áustria, neste domingo (4).
Os sauditas temem uma queda acentuada dos preços em um momento de incertezas quanto à demanda. O restante dos integrantes da OPEP+ concordou em estender os cortes anteriores até o fim de 2024, mantendo a meta de produção do grupo. Além dos receios do lado da demanda por petróleo, existem preocupações pelos produtores do combustível sobre o enfraquecimento econômico dos Estados Unidos e da Europa, enquanto a recuperação da China foi menos robusta do que muitos esperavam.
Em abril, a Opep+ surpreendeu ao anunciar novos cortes de até 1,16 milhão de barris por dia, o que impulsionou a commodity e suscitou temores que as pressões inflacionárias globais poderiam ser potencializadas. Em outubro de 2022, a Opep+ já havia anunciado corte de 2 milhões de barris por dia, o que incomodou o presidente dos EUA, Joe Biden. Ambos os cortes, no entanto, deram pouco impulso duradouro aos preços do petróleo.
Os sauditas precisam de receitas de petróleo sustentadas para financiar projetos de desenvolvimento ambiciosos, que visam diversificar a economia do país para além da commodity. O Fundo Monetário Internacional estima que o reino precise de US$ 80,90 por barril para cumprir com seus compromissos previstos, que incluem um projeto de cidade futurista no deserto, planejado em US$ 500 bilhões.
Os sauditas, no entanto, também precisam levar em consideração que preços mais altos do petróleo podem alimentar a inflação em países consumidores. Com o menor poder de compra, bancos centrais, como o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), podem aumentar ainda mais as taxas de juros.