Demanda da China impacta preços mundiais
Da Redação, de Brasília (com apoio da hEDGEpoint Global Markets) —
Após anos de prejuízo econômico e descontentamento social, a China finalmente mudou sua abordagem em relação à Covid. As fronteiras foram reabertas, os viajantes internacionais não precisam mais ficar em quarentena na chegada ao continente e parou-se de exigir testes de PCR negativos. Embora esse processo de reabertura seja inconstante, sobretudo em meio à temporada de viagens do Ano Novo chinês, que pode ajudar no aumento de casos, bloqueios repentinos e restrições severas já não são mais esperados na China.
É o que diz um relatório recém-produzido pela empresa de consultoria hEDGEpoint Global Markets. Esta notícia positiva chega num momento em que se espera que o Ocidente passe por uma desaceleração econômica ao longo de 2023. Dependendo da rapidez e força do retorno de Pequim, os impactos de uma desaceleração no G7 podem ser parcialmente ou até totalmente compensados. As commodities energéticas podem ser impactadas positivamente, assim como os metais e grãos, pois são demandadas pela China.
Na verdade, a curva futura do Brent já mostra isso há algum tempo. Os contratos para o primeiro vencimento subiram. Ter a China de volta, no entanto, é um fundamento altista para o petróleo, mas não para os produtos refinados.
As expectativas dos consultores daqui para frente são:
1. A capacidade de refino da China é a segunda maior do mundo. Seu consumo de óleo estava sazonalmente baixo devido às restrições da Covid em andamento na época. Agora que elas se foram, a atividade das refinarias deve aumentar — um indicativo do que está por vir é o aumento recentemente anunciado nas cotas de importação de petróleo do país.
2. O aumento da atividade nas refinarias também significa mais produtos disponíveis. A China, tendo aumentado as cotas de exportação de seus produtos refinados, poderia aliviar parcialmente a escassez observada na Europa.
3. Considerando que a China tem adquirido seu petróleo da Rússia, restrições à exportação poderiam ser impostas por compradores ocidentais. Este é um ponto crucial a ser observado.
A hEDGEpoint Global Markets é uma empresa especializada em inteligência de mercado, consultoria, gestão de risco e soluções de hedge para a cadeia de valor global de commodities, com experiência nos mercados agrícolas e de energia. Está presente em cinco continentes e trabalha com mais de 60 commodities e mais de 450 produtos de hedge em sua plataforma.