Barata troca MME pelo ONS
Maurício Corrêa, de Brasília —
Luiz Eduardo Barata Ferreira, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, deverá ser eleito, nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, como novo diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A posse, entretanto, ocorrerá apenas em 16 de maio, quando termina o mandato do atual diretor-geral, Hermes Chipp.
Ele ficou apenas um ano no segundo posto do MME e a sua transferência para o ONS corresponde à conquista de um antigo objetivo. Há anos, Barata não esconde que a sua vontade era trabalhar no Rio de Janeiro e dentro da estrutura do ONS, onde, aliás, já ocupou um assento na diretoria, como responsável pela área de Operações.
Na semana passada, em Brasília, quando se despediu da presidente Dilma Rousseff, o ex-ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, havia dado a senha para a troca de Chipp por Barata, frisando que o atual secretário-executivo talvez poderia ser aproveitado em outra área na estrutura do próprio ministério. O lugar de Hermes Chipp no ONS logou entrou na alça de mira.
Durante algum tempo, o próprio Chipp chegou a alimentar a ideia (politicamente difícil de ser implementada, mas não impossível) de ser beneficiado por uma segunda medida provisória assinada pela presidente Dilma Rousseff, de modo que ele pudesse ganhar um quarto mandato à frente do Operador. As nuvens da política viraram em poucas semanas, Dilma foi para o brejo e o planejamento de Chipp foi abatido por tabela.
O setor empresarial vê o nome de Barata para o ONS como uma consequência natural das coisas, até porque não existem restrições em relação ao nome que sucederá Hermes Chipp. Barata é considerado um profissional correto, conciliador e que conhece bem o setor elétrico, tendo feito carreira no Sistema Eletrobras (não só na holding, mas, também, na binacional Itaipu e na geradora Furnas) e depois na presidência do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O período de um ano passado no MME certamente consolidou o seu conhecimento e a experiência sobre o setor elétrico, pois deu uma visão de conjunto que ele provavelmente não tinha.