A operação do SEB virou deboche
Muito pessimismo entre agentes do mercado depois da reunião virtual realizada nesta quarta-feira, 07 de julho, quando as autoridades do setor elétrico tentaram explicar os últimos fatos que envolvem os programas computacionais que definem os preços da energia elétrica.
Ficou claro para os agentes que o Governo (leia-se também ONS, que está totalmente cooptado pelo MME) vai fechar a consulta pública em vigor e mandar bala do jeito que a Esplanada dos Ministérios quer, sem considerar as eventuais opiniões das empresas que fazem o mercado.
Segundo apurou o “Paranoá Energia”, após a reunião, ficou uma avaliação péssima. Que o Governo está com uma visão intervencionista e que vai usar o CVaR (uma métrica utilizada para calcular o déficit de energia) para definir o resultado que pretende atingir, independentemente se é ou não compatível com a realidade. Em bom português, muita gente teme um jeitinho bem brasileiro para “acertar” o mercado nestes tempos de escassez de água.
Com este site, de maneira reservada, foram falados cobras e lagartos a respeito sobre a forma como o MME entende que deva ser a operação do setor elétrico brasileiro. Uma fonte disse que a tal da Cpamp não passa de um nicho autoritário ao estilo soviético. Uma espécie de KGB do SEB versão 2021.
“É muito absurdo concentrado. Estão querendo arbitrar tudo. Para onde vai o preço, volumes de armazenamento dos reservatórios, etc. Tudo de forma explícita. É lamentável que isto esteja ocorrendo”, reclamou um agente.
Outro especialista preferiu partir para a ironia. “Depois de tudo o que vi nessa reunião, as coisas têm que mudar de nome, pois as decisões estão perdendo a legitimidade com rapidez. Melhor seria chamar o Cepel de Centro Espírita de Pesquisas Elétricas. A Cpamp também poderia se chamar Centro Pai Ambrósio de Mediunidade e Psicografia. Esses caras que estão operando o SEB estão mais para pais de santo do que para técnicos qualificados em energia elétrica. O negócio deles é agradar o pessoal de cima, que está mandando”.
Um outro participante disse a este site que “está sobrando criatividade. Tenho 30 anos de carreira e nunca vi nada igual. Perderam totalmente a compostura e acham que podem fazer tudo. Realmente não sei em que vai dar todo esse intervencionismo. Só sei que é um tremendo retrocesso”.
O que este editor pode dizer é que virou um deboche. Ninguém acredita mais nesses preços definidos pelos computadores. Segundo um especialista, “é até curioso que queiram falar em mercado de energia elétrica no Brasil, quando ainda se aceita que os nossos preços sejam fabricados por um computador. Que diabo de mercado é esse? É brincadeira”.