Maurício Corrêa, de Brasília —
A Neoenergia Brasília, que distribui energia elétrica na área de concessão correspondente ao Distrito Federal, mostra que está firme, no calcanhar da Enel São Paulo, para conquistar o título de pior distribuidora do Brasil.
Segundo matéria publicada pelo site Metrópoles, de Brasília, nos últimos 12 meses, a cada 11 minutos, um cliente da Neoenergia procurou canais de proteção ao consumidor para registrar formalmente problemas com a distribuidora. A Neoenergia possui ramificações em vários estados.
O site Metrópoles informou que foram 28.471 queixas na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 14.275 registros no site “Reclame Aqui” e 5.296 na plataforma do governo federal consumidor.gov. “Somam-se, assim, 48.042 reclamações formais contra a distribuidora no período de 12 meses. Os números constam nos referidos sites”, diz o site brasiliense.
Essas distribuidoras são um espetáculo. Você está em casa trabalhando, vendo um jogo de futebol ou se divertindo num churrasquinho com os amigos e, de repente, acaba a luz. Aí você olha para o céu, que está azul de brigadeiro, zero nuvens, zero sinal de tempestade e não entende nada. Mas a luz acabou. A cerveja do churrasquinho vai esquentar na geladeira.
Já se sabe até a argumentação das distribuidoras: que a empresa investiu tanto, que tem milhões de clientes e o número de reclamações corresponde apenas a zero, vírgula qualquer coisa. Ou seja, não dão a mínima para você. É assim no DF, é assim na região metropolitana de São Paulo, no Amazonas e provavelmente em outras áreas de concessão.
Essas empresas são poderosas, cheias de dedos, protegidas pelos políticos, que são paparicados por elas. Parlamentares de vários partidos têm uma relação meio estranha com essas empresas. Muitos se elegem criticando abertamente as distribuidoras pelo serviço que oferecem aos consumidores e, ao mesmo tempo, protegem as distribuidoras dentro do Legislativo. É um jogo estranho, difícil de entender, mas que um dia, quem sabe, poderá ser esclarecido.