Agentes acham que TCU vai expor os farsantes
Maurício Corrêa, de Brasília —
Duas situações que, nos bastidores, são conversadas por agentes do setor elétrico:
- Auditoria do TCU sobre o “curtailment”. De modo geral, os agentes não dão bola para o TCU, pois acreditam que o conhecimento do tribunal sobre o setor elétrico é apenas superficial. No entanto, os agentes reconhecem que, ao discutir a questão, o TCU expõe dirigentes e assessores do mundo institucional que controla o SEB. Todo mundo vai ter que se explicar a respeito das restrições operativas: MME, ONS, CCEE, EPE e Aneel. O mais curioso e engraçado nisso tudo é que existem dirigentes desses órgãos que conhecem menos o setor elétrico do que os auditores do TCU. É grande a expectativa de um vexame.
- Tramitação da MP de reforma do sistema elétrico: os lobbies estão agitados no Congresso Nacional e todo mundo se preparando para a batalha final. Os agentes comentam que o governo não aprendeu absolutamente nada com a MP 579. De novo, enfiou uma MP pela goela abaixo do SEB, que rejeitou a proposta (com pouca aprovação entre os agentes). Os agentes estão impressionados como o governo ficou com medo de enviar uma proposta via projeto de lei para o Congresso Nacional. Ontem, aliás, em uma questão que não tinha qualquer relação com a MP (a ida da ministra Marina Silva ao Senado) ficou evidente que o governo não tem controle algum nem mesmo sobre os congressistas que integram a base aliada. Sob esse ângulo, talvez tenha sido prudente, da parte do governo, enviar a reforma do SEB através de MP. Talvez assim seja possível ao Palácio do Planalto e ao Ministério de Minas e Energia evitar um prejuízo político maior. A conferir.