CCEE deveria trabalhar mais e comemorar menos
Maurício Corrêa, de Brasília —
Um comunicado disponibilizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE informa que nesta terça-feira, 13 de maio, foram fechadas as as operações do Mercado de Curto Prazo – MCP referentes a março. No balanço do primeiro trimestre do ano, foram liquidados R$ 4,00 bilhões dos R$ 7,54 bilhões contabilizados.
Ao final da liquidação de março, a CCEE registrou o valor de R$ 1,12 bilhão represado pelas liminares relativas ao rateio do risco hidrológico (GSF na sigla em inglês) e R$ 40,73 milhões em parcelamentos. Demais valores não pagos somaram R$ 15,78 milhões.
No mês, os agentes que possuem decisões judiciais vigentes para não participarem do rateio da inadimplência advinda das liminares do risco hidrológico (GSF) perceberam adimplência próxima de 98,0%. Aqueles amparados por decisões que impõem o pagamento proporcional, por sua vez, verificaram uma adimplência de cerca de 58,7%. E aqueles que não possuem liminares relacionadas ao rateio da inadimplência receberam aproximadamente 57,4% de seus créditos.
Estes números divulgados pela CCEE merecem uma reflexão. Este idoso editor lembra perfeitamente que, no início de 2021, dirigentes da CCEE e assessores do MME saíram por aí, comemorando em alto estilo o que denominaram fim do problema do GSF. Cascata pura. Como foi possível comemorar o fim de um troço que, ao final de março, segundo a própria CCEE, registrou um total de R$ 1,12 bilhão represado pelas famosas liminares?
A verdade é que tem muito marketing, muito blá-blá-blá para inglês ver em organizações que deveriam trabalhar mais seriamente e fazer menos propaganda. Ora, se as liminares ainda existem por aí em relação ao GSF, a CCEE não tem nada para comemorar.