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Exército terá UFVs em unidades na Amazônia

Da Redação, de Brasília (com apoio da Axia) —

A Axia Energia vai instalar duas usinas solares fotovoltaicas com sistemas de armazenamento por baterias (Bess, na sigla em inglês) em unidades do Exército brasileiro nos municípios de Tefé e São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. Os projetos receberão aportes de cerca de R$ 9,5 milhões da Conta de Desenvolvimento da Amazônia Legal (CDAL).

A solução, em parceria com a Baterias Moura, irá fornecer energia para instalações militares nos dois municípios, com intuito de garantir a segurança e a independência energética de unidades que atualmente não estão conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e que são abastecidas por térmicas a óleo diesel.

O objetivo é zerar o seu consumo de energia de usinas térmicas a óleo diesel do Exército na região, além de colaborar para reduzir o custo de energia dessas unidades militares. A Axia Energia será a responsável por contratar a engenharia consultiva para desenvolver os projetos até o nível de execução.

“Este projeto, apresentado e conduzido pela Axia Energia no âmbito do Comitê Gestor do Pró-Amazônia Legal, reafirma o nosso compromisso com a sustentabilidade e o futuro energético do Brasil. Colaborar para levar energia limpa para sistemas isolados na Amazônia é um passo fundamental para um futuro mais verde e justo”, afirma o diretor de Engenharia e Implantação de Fundos Regionais da Axia Energia, Domingos Andreatta.

Desde que se tornou uma empresa privada, a Axia garante que passou a cumprir compromissos assumidos em sua capitalização, entre eles o repasse anual de recursos para programas de desenvolvimento regional e revitalização ambiental, previstos em lei. A aplicação desses recursos é definida pelo governo federal, sob a coordenação dos Ministérios de Minas e Energia e da Integração e Desenvolvimento Regional. Essa ação representa uma resposta social à capitalização da empresa, alinhando desenvolvimento regional e sustentabilidade.

Unidades contempladas 

A 16ª Brigada de Infantaria de Selva do Exército Brasileiro, em Tefé, receberá um sistema com capacidade de 503,25 kWp. Atualmente essa é a unidade de geração isolada com maior custo de geração e o segundo pior em perdas. Os aportes serão de aproximadamente R$ 5,4 milhões. Com a solução, a estimativa é reduzir as emissões de CO2 em quase 11 mil toneladas em até 15 anos. No mesmo período, o Exército Brasileiro calcula um benefício à Conta Consumo de Combustíveis (CCC) de cerca de R$ 23 milhões.

Já no município de São Gabriel da Cachoeira, o sistema terá capacidade de 382 kWp e vai abastecer o Comando de Fronteira Rio Negro – 5º Batalhão de Infantaria de Selva. A partir da instalação do sistema, a perspectiva é que, em até 15 anos, proporcione um benefício de R$ 16 milhões à CCC. Em relação às emissões de CO2, a previsão é diminuir em 8 mil toneladas em um intervalo de até 15 anos. O tempo de desenvolvimento e de implementação dos dois sistemas será de seis e 18 meses, respectivamente.

Para o Exército, a instalação da usina representa um passo decisivo para assegurar a segurança energética em unidades militares estratégicas da Amazônia. Conforme as diretrizes do Comando Militar da Amazônia (CMA), a medida reduz a dependência de geradores a diesel, mitiga custos logísticos elevados e garante maior estabilidade no fornecimento de energia às Organizações Militares. Essas unidades, responsáveis pela proteção das fronteiras e pela coordenação de Pelotões Especiais de Fronteira, passam a contar com infraestrutura mais confiável para manter suas operações.

Além disso, ao fortalecer sua autonomia energética, o Exército também auxilia indiretamente a população local, uma vez que a presença estável da instituição nessas áreas garante continuidade de ações de segurança, apoio emergencial e iniciativas de integração nacional. Para muitos habitantes das regiões isoladas, a atuação militar é a principal expressão da presença do Estado.

O Exército ficará responsável pela contratação dos serviços de manutenção dos sistemas de geração de energia do projeto. Já a Baterias Moura vai fornecer os equipamentos, realizar a obra e implantar e comissionar os sistemas em campo. A empresa lidera a concepção, integração e fornecimento das soluções de armazenamento de energia, por meio do Moura Bess. Ela atua também na engenharia de aplicação, na integração eletroeletrônica e no comissionamento dos sistemas, calibrando a arquitetura, o controle e a operação para o perfil de carga contratada, as condições climáticas amazônicas e a logística de localidades remotas.

“O resultado esperado é maior segurança e independência energética para as unidades não conectadas ao SIN, apoio direto à soberania energética e a redução total, com as duas tecnologias, de até 19 mil toneladas de CO₂ em emissões e R$ 39 milhões em benefício associado à Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), ao longo de todo o ciclo do projeto”, destacou o gerente de negócios de armazenamento de energia da Moura, Adalberto Campello.

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