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Furnas passa a operar na Faixa de Atenção

Da Redação, de Brasília (com apoio da Ana) —

A usina hidrelétrica (UHE) de Furnas (MG), no rio Grande, registrou um volume útil de 41,46% em 30 de setembro. Por estar abaixo de 50% no início de outubro, o reservatório desse aproveitamento hidrelétrico passou a operar a partir desta quarta-feira, 1º de outubro, na Faixa de Atenção. Com isso, Furnas Centrais Elétricas, que opera essa UHE, poderá liberar uma vazão máxima média de 846 metros cúbicos por segundo (m³/s) durante o período seco, que vai de maio a novembro.

Em setembro a vazão defluente (liberada) média mensal da hidrelétrica foi da ordem de 939m³/s. Em outubro a vazão máxima média mensal será limitada a 846m³/s, em virtude da redução do armazenamento do reservatório da UHE Furnas abaixo de 50% do seu volume útil, decorrente das chuvas abaixo da média e do atendimento de demandas do setor elétrico.

A Resolução Ana nº 193/2024 contém as condições de operação dos reservatórios do Sistema Hídrico do Rio Grande – formado pelos aproveitamentos hidrelétricos de Furnas, Marechal Mascarenhas de Moraes (Peixoto), Marimbondo e Água Vermelha. Esse normativo possui regras que buscam conservar mais água nos reservatórios e aumentar a segurança hídrica para seus usos múltiplos. Nesse sentido, as condições de operação possuem três faixas operativas para a UHE Furnas:

  • Faixa de Operação Normal: quando o nível do reservatório de Furnas estiver igual ou superior a 50% do volume útil;
  • Faixa de Operação de Atenção: quando o nível do reservatório estiver igual ou maior a 20% e abaixo de 50% do volume útil;
  • Faixa de Operação de Restrição: quando o nível do reservatório for inferior a 20% do volume útil. 

Tais faixas são definidas considerando o volume de água armazenado na hidrelétrica de Furnas no primeiro dia de cada mês, sendo que os volumes a serem liberados pela barragem da UHE variam conforme o período do ano, sendo o seco de maio a novembro e o úmido de dezembro a abril. Com base no período de operação, ocorrem restrições de vazão máxima liberada, limitando, assim, a geração de energia elétrica na hidrelétrica de Furnas. Com isso, se em dezembro esse aproveitamento hidrelétrico seguir com menos de 50% de seu volume útil, a vazão liberada máxima média mensal deverá ser de até 500m³/s.

A UHE Furnas

A hidrelétrica de Furnas entrou em operação em 1963 e possui uma potência instalada de 1.216 megawatts (MW). Localizada entre os municípios mineiros de São José da Barra e São João Batista do Glória, possui reservatório com volume total de 22,95 trilhões de litros e volume útil de 17,217 trilhões de litros. Esse, que é o maior reservatório da bacia do rio Grande (MG/SP), possui uma área inundada de 1.440 quilômetros quadrados, quase do tamanho da cidade de São Paulo.

Bacia do rio Grande

Com mais de 143 mil km² de área de drenagem, a bacia hidrográfica do rio Grande fica na Região Hidrográfica do Paraná e tem 60,2% de sua área em Minas Gerais e 39,8% em São Paulo. Nos 393 municípios da bacia, vivem cerca de 9 milhões de habitantes e a região é marcada por trechos de Cerrado e Mata Atlântica. Na bacia do Grande, há 12,37% de recursos hídricos de domínio da União (interestaduais), 51,4% de Minas Gerais e 36,23% de São Paulo.

O rio Grande nasce na Serra da Mantiqueira, em Bocaina de Minas (MG), numa altitude de 1980 metros, e forma o rio Paraná ao se encontrar com o rio Paranaíba na divisa entre Santa Clara do Oeste (SP) e Carneirinho (MG). Na bacia está instalado um dos principais parques geradores de energia hidrelétrica do País e há indústrias, parques aquícolas, extensas áreas agrícolas irrigadas e importantes cidades mineiras e paulistas, como Uberaba (MG) e Ribeirão Preto (SP). Se fosse uma unidade da Federação, a bacia hidrográfica estaria entre as cinco mais importantes do Brasil. 

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