Fica o dito pelo não dito sobre Prates
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, terminaram há pouco uma reunião no Palácio do Planalto. A conversa ocorreu em momento de turbulência causada pela incerteza sobre a permanência de Jean Paul Prates na presidência da Petrobras.
Haddad deixou o Ministério da Fazenda por volta das 18h rumo ao Palácio do Planalto, mas só cerca de 19h a reunião com Lula começou. Não há previsão de fala do ministro da Fazenda após o encontro. Quando Haddad dá declarações à imprensa, costuma ser na portaria do Ministério da Fazenda.
A permanência de Jean Paul na Petrobras é dúvida depois de semanas de fritura. O chefe da estatal é criticado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, nos bastidores. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, faz suas críticas publicamente. Haddad tentou o quanto pode segurar o dirigente da petroleira no cargo.
Mais cedo, Haddad evitou comentar sobre eventual troca de comando da Petrobras. O ministro disse que o assunto não está na sua alçada e reforçou que não discute esse tema com o presidente Lula. Sobre a distribuição de dividendos extraordinários da empresa aos acionistas, o ministro da Fazenda também comentou mais cedo que a decisão cabe à Petrobras. Ele ponderou, no entanto, que o tema está bem encaminhado e que a empresa está “robusta”.
Dividendos da Petrobras
Fernando Haddad afirmou nesta segunda-feira que cabe à Petrobras a decisão de distribuir ou não os dividendos extraordinários aos acionistas. Haddad ponderou, no entanto, que o tema está bem encaminhado e que a empresa está “robusta”. Os dados sobre o caixa da estatal têm sido levados ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, segundo ele.
“Temos levado muitas informações para o presidente sobre a situação do caixa da Petrobras para que ele Lula possa ter tranquilidade que o plano de investimento não vai ser prejudicado pelo financeiro”, disse o ministro.
Haddad afirmou que essas informações vão dar segurança para que a diretoria da Petrobras possa tomar uma decisão sobre os dividendos.
De acordo com o ministro, os números da empresa estão consistentes e há capacidade para realizar um plano de investimento eficiente.
Ele repetiu que a estatal estava sendo “dilapidada”, em referência ao governo do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), e disse que é um desafio retomar a agenda de investimentos da companhia.
Questionado sobre um calendário para definição da distribuição de dividendos, Haddad disse que cabe à empresa, mas relembrou que está prevista uma reunião do Conselho para este mês.