ONS estima mais de 80% em 3 subsistemas
Da Redação, de Brasília (com apoio do ONS/MME) —
O boletim do Programa Mensal de Operação (PMO), referente à semana operativa entre os dias 08 e 14 de abril, aponta que as três regiões devem encerrar o mês com Energia Armazenada (EAR) em patamares superiores a 80%, configurando um cenário de estabilidade ante à revisão anterior. A projeção para o Sudeste/Centro-Oeste é a mesma da última semana: 85,7%. Se o resultado para o Sudeste/Centro-Oeste se confirmar, será o maior volume para abril desde 2011 (87,8%). Para o Nordeste e o Norte, a expectativa é atingir EAR de 89,6% e 99,9%. O Sul deve registrar EAR de 78,1% em 30 de abril.
Em março, a Energia Armazenada atingiu os melhores patamares em mais de uma década. O Sudeste/Centro-Oeste encerrou o mês anterior com EAR de 83,1%, volume mais elevado nos últimos 16 anos. Em março de 2007, a EAR da região foi de 87,3%. No Sul, o percentual foi de 82,9%, índice não registrado desde março desde 2016 (97,6%). Para o Norte e o Nordeste, os resultados foram de 97,7% e 91,2%, respectivamente.
Os cenários prospectivos de crescimento na carga no Sistema Interligado Nacional (SIN) e em dois subsistemas. No SIN, a aceleração é estimada em 2,7% (72.488 MWmed). As regiões que devem apresentar comportamento similar são o Norte, com 15% (6.754 MWmed), e o Sul, com 9,5% (12.661 MWmed). Para o Sudeste/Centro-Oeste, a projeção é de estabilidade, com a demanda por 41.709 MWmed, sem expansão ou redução. O único submercado com perspectiva de retração é o Nordeste, com desaceleração de 1,1% (11.364 MWmed). As estimativas são para 30 de abril, comparadas ante o mesmo período do ano passado.
Para a próxima semana operativa, são esperadas, em todos os subsistemas, condições de estabilidade nas previsões meteorológicas ante às verificadas na semana anterior. As temperaturas deverão permanecer mais amenas.
As projeções de afluência indicam que os submercados Norte, com 110% da Média de Longo Termo (MLT), e o Sudeste/Centro-Oeste, com 90% da MLT, são as regiões com as perspectivas mais elevadas. Ambos apresentam estabilidade ante o divulgado na revisão passada. Para o Sul, a expectativa é de 71% da MLT e o cenário estimado para o Nordeste é 35% da MLT. Os dados são referentes ao último dia de abril, mês que marca o encerramento do período tipicamente úmido.
Usina de Furnas com 100% do volume
Após 12 anos, o reservatório da Usina Hidrelétrica Furnas alcançou, nesta quinta-feira, 06 de abril, a marca de 100% do volume de armazenamento, conforme dados históricos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, comemorou o resultado e destacou a importância da marca para a produção de energia renovável e para a geração de emprego e renda nas regiões Sudoeste e Sul de Minas Gerais, principalmente com as atividades do ecoturismo.
“O Lago de Furnas é patrimônio do Brasil, mas, em especial, das mineiras e dos mineiros desta região. O lago cheio representa emprego e renda no ecoturismo, na piscicultura e em outras atividades fundamentais. Além do volume de chuvas, o volume máximo também representa o nosso trabalho para otimização do Sistema Interligado Nacional (SIN) para potencializar e priorizar a geração de energia com fontes renováveis”, afirmou o ministro.
Em janeiro deste ano o vertedouro da Usina de Furnas foi aberto pela primeira vez em 10 anos. Apesar disso, segundo dados da ONS, o reservatório não alcançava sua capacidade máxima desde o dia 13 de março de 2011. A barragem está localizada no curso médio do rio Grande, entre os municípios de São José da Barra e São João Batista do Glória, em Minas Gerais, e seu reservatório banha 34 municípios mineiros, com volume total de 22,95 bilhões m³.
A UHE Furnas possui importância estratégica no SIN, com potência instalada de 1.216 MW, representa 17,12% da capacidade de armazenamento de energia no Subsistema Sudeste / Centro-Oeste. Além disso, seu reservatório permite a regularização do Rio Grande e contribui para a produção de energia em todas as usinas à jusante na bacia, até a Usina Hidrelétrica Itaipu, otimizando a operação em toda bacia do rio Paraná.