Neoenergia arrocha furtos de energia no DF
Da Redação, de Brasília (com apoio da Neoenergia) —
As distribuidoras de energia elétrica convivem com muitas preocupações diárias. Em relação ao caixa, além dos clientes que querem migrar para o mercado livre, o que representa perda direta de receita, as distribuidoras ainda precisam administrar as dores de cabeça com os furtos e a inadimplência.
Só na região de concessão do Distrito Federal, a Neoenergia informou que flagrou, em 2022, mais de 20 mil casos de furtos de energia elétrica, o que representa a recuperação de 138 GWh, o suficiente para abastecer toda a população de 10 Regiões Administrativas pelo período de 30 dias.
“Desde que assumimos a distribuição de energia no Distrito Federal, nós intensificamos as ações de fiscalização em toda a capital federal”, afirma o gerente de Proteção da Receita da Neoenergia Brasília, Luiz Paulo Marinho. “Nossa inteligência utiliza softwares associados a sensores, que medem o fluxo de energia elétrica na rede de distribuição, como também o perfil histórico de consumo do cliente. Com essa tecnologia é possível ser mais assertivo na localização das fraudes e desvios e, consequentemente, no combate ao furto de energia”, finaliza.
As RA’s que mais apresentaram fraudes em 2022 foram Taguatinga (2.956), Ceilândia (2.783), Samambaia (2.074), Gama (1.348) e Planaltina (1.345).
O caso mais recente de grande volume de furto de energia foi em Santa Maria, em mais uma fase da operação “Massa Fresca”. Uma padaria foi descoberta, em flagrante, nesse mês de janeiro, com o desvio de 26.202 KWh, o equivalente ao abastecimento de 144 residências pelo período de 30 dias. A irregularidade foi desfeita, o sistema de medição do estabelecimento regularizado e as constatações, inclusive com registros fotográficos, serão enviadas à Polícia Civil para que os responsáveis respondam em âmbito criminal. Toda energia não medida e consumida é cobrada por meio de processo administrativo.
No ano passado, a Neoenergia realizou outras duas fases da operação “Massa Fresca”. A primeira, em agosto, foi feita em parceria com a 20ª e a 14ª Delegacias de Polícia, além do Instituto de Criminalística (IC). Na ação, a distribuidora encontrou três estabelecimentos – duas padarias e uma pizzaria – localizados no Gama, com irregularidades na medição consumida e mensurada pelos medidores. O volume de energia recuperado foi de 450 mil kWh, equivalente ao consumo de aproximadamente 2.500 residências por um mês.
Já em novembro, a concessionária identificou irregularidades no consumo de energia de uma padaria que pertence a uma tradicional rede do bairro Asa Sul. Após análise do centro de inteligência, foi realizada uma verificação em campo que constatou desvio de energia de 283.066 kWh pelo estabelecimento. O furto seria suficiente para abastecer mais de 1,5 mil moradias por um mês inteiro.
A distribuidora esclarece que os chamados “gatos de energia” representam riscos para a segurança de quem os realiza e da população. Além disso, essa prática ilegal prejudica o fornecimento de energia da região, podendo causar graves problemas para a rede elétrica e ocasionar a interrupção do abastecimento. O furto de energia é crime previsto no artigo 155 do Código Penal Brasileiro, com pena de até a oito anos de reclusão pela prática ilegal.