Opep mantém meta de produção de petróleo
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) decidiu manter suas metas de produção de petróleo neste domingo. A decisão foi tomada após a União Europeia e países do G7 terem concordado com um teto de US$ 60,00 por barril de petróleo russo, disseram delegados, em meio a crescentes preocupações sobre novos bloqueios relacionados a covid na China e incertezas sobre a capacidade da Rússia de exportar petróleo bruto. O bloco luta com uma baixa expressiva do combustível fóssil, que teve uma queda de 13% apenas no mês passado.
Na última reunião da Opep+, os produtores concordaram em reduzir a produção em 2 milhões de barris por dia, reabrindo uma brecha entre o maior exportador do grupo, a Arábia Saudita, e Washington, onde autoridades acusaram o país de sustentar os preços para apoiar a guerra da Rússia na Ucrânia, que os sauditas negaram.
A reunião deste domingo havia sido planejada para ocorrer pessoalmente na sede da Opep+ em Viena, mas estava sendo realizada de forma remota para evitar o escrutínio negativo da mídia, acrescentaram os delegados. A decisão da Opep+ de cortar a produção em outubro irritou a Casa Branca e os democratas do Congresso, que disseram que ela teria prejudicado os esforços globais para atenuar a guerra da Rússia na Ucrânia, sendo vista como rejudicial para o presidente Biden antes das eleições de meio de mandato.
Ucrânia quer reduzir preço-teto do petróleo russo
O gabinete do presidente Ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu neste sábado por um teto contra petróleo russo mais baixo do que o acordado por membros do G7, União Europeia (UE) e outros países, de US$ 60,00 para US$ 30,00.
“Seria necessário baixá-lo para US$ 30,00 para destruir a economia do inimigo mais rapidamente”, escreveu Andriy Yermak, chefe do gabinete de Zelensky, em sua conta no Telegram.
Yermak também disse que a economia da Rússia ainda será destruída, e que o país pagará e será responsabilizado por todos os crimes. “Eles russos têm muito medo disso, porque sabem que a Ucrânia vai conseguir o que quer”, completou, na rede social.
Ontem, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que os membros do G7 e outros países fecharam acordo sobre teto para o petróleo russo. Segundo a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, a imposição do teto beneficia particularmente países de baixa e média renda.
Para manter o fluxo da commodity em meio a sanções mais duras, as companhias de navegação russa compraram dezenas de navios de petróleo de segunda mão este ano, pagando preços recordes por navios da classe ‘ice’, que podem navegar nos mares congelados ao redor dos portos bálticos do país durante o inverno.
O Conselho Europeu confirmou que a União Europeia (UE) concordou com o teto de preço do petróleo russo a US$ 60 o barril, começando a valer na próxima segunda-feira, 5. O acordo ainda conta com um período de transição de 45 dias para navios que transportam o óleo bruto russo, comprado e carregado no navio antes de 5 de dezembro de 2022 e descarregado no porto de destino final antes de 19 de janeiro de 2023.
O preço máximo poder ser revisto periodicamente, com também um período de transição de 90 dias após cada alteração.
Segundo o comunicado, publicado neste sábado, 3, no site do Conselho, o mecanismo será revisto a cada dois meses “para responder à evolução do mercado e será fixado pelo menos 5% abaixo do preço médio de mercado do petróleo e derivados russos”
O Conselho também introduz uma “cláusula de emergência”, que permite o transporte de petróleo para além do preço máximo ou prestação de assistência técnica, serviços de corretagem ou financiamento ou assistência financeira relacionados com o transporte, quando julgados necessários.
Contudo, as autoridades russas rejeitaram o teto de preço para o petróleo do país de US$ 60,00, estabelecido por apoiadores ocidentais da Ucrânia, e ameaçaram neste sábado parar de fornecer a commodity às nações que endossaram a medida.