Reino Unido congela contas de energia
A primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, anunciou, nesta quinta-feira, 8, que o governo limitará os preços domésticos de energia para residências e empresas, com objetivo de fornecer alívio a uma crise de custo de vida antes do inverno europeu.
Em sessão no Parlamento britânico, a premiê informou que a chamada “garantia do preço de energia” valerá por dois anos e impedirá que as contas domésticas médias superem 2,5 mil libras por ano para aquecimento e eletricidade.
O governo estima que o teto reduzirá a crescente taxa de inflação do Reino Unido em 4 a 5 pontos porcentuais. A inflação atingiu 10,1% em julho e deve subir para 13% antes do final do ano.
Antes da medida, a previsão era de que as contas de energia subiriam a 3,5 mil libras anuais a partir de outubro, o triplo do valor registrado no ano passado.
A guerra na Ucrânia, os efeitos da pandemia e o Brexit – a saída do país da União Europeia – estão por trás do encarecimento energético.
O governo da Áustria também anunciou nesta quarta-feira planos para um limite de preços no setor de energia, a fim de conter a alta nos custos no setor, ligados à guerra da Rússia na Ucrânia. O chanceler austríaco, Karl Nahammer, disse que o limite deve reduzir custos para um consumidor médio em cerca de 500 euros (US$ 494) ao ano.
O governo proverá cerca de 3 a 4 bilhões de euros para financiar a medida, que entrará em vigor em dezembro e durará até o fim de junho de 2024. Segundo ele, a intenção é garantir uma ajuda “rápida e sem burocracia”.
Nehammer acrescentou que os cidadãos de baixa renda podem entrar com um pedido de apoio financeiro adicional.
O plano de alívio nos custos ocorre no momento em que a Áustria e outros países da Europa lutam para conter uma crise de energia e preços em alta, enquanto a Rússia recua em suas entregas de gás natural.
Os próximos passos da União Europeia (UE) para lidar com a piora da crise energética devem ser revelados na semana que vem, de acordo com a comissária para Energia do bloco, Kadri Simson. A Rússia, por meio da estatal Gazprom, segue bloqueando as entregas de gás natural à Alemanha. Uma reunião extraordinária entre os ministros de Energia da UE acontecerá na próxima sexta-feira (09), em Bruxelas, para discutir um pacote de soluções para o aumento dos custos energéticos na Europa, afirmou Simson em entrevista à Associated Press.
Ela afirmou que a Comissão Europeia espera que o pacote seja adotado na próxima terça-feira (13), e que uma dissociação dos preços do gás e da energia, aumento da liquidez para o mercado e a redução coordenada da demanda poderiam ser esperados.
“Sabemos que há horários de pico em que nossas famílias e empresas estão testemunhando preços por hora extremamente altos”, disse ela na entrevista no Escritório da Delegação Europeia em Jacarta. “Parte desta proposta também trata de horários de pico e como ela reduzirá a demanda nesses horários específicos”.
Simson ainda reiterou o compromisso da UE com a transição para fontes renováveis. “Estamos assumindo a responsabilidade”, disse ela. “O maior passo que estamos fazendo para não impactar o mercado global de gás é concordar que iremos cortar nosso consumo”.
A UE tem o compromisso vinculativo de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa pelo menos 55% até 2030 e zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050.