Espanha muda tributação sobre gás natural
O presidente de governo da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou nesta quinta-feira que o país irá reduzir o imposto sobre valor agregado (IVA) sobre o gás no país de 21% para 5%, visando a crise de energia que assola a Europa. Em entrevista à Cadena SER, o líder afirmou que a medida será tomada em consonância com a política que o governo vem adotando no atual cenário.
Segundo ele, a redução irá beneficiar a “classe média trabalhadora ao mesmo tempo em que é feita uma distribuição equitativa”, já que o governo também está planejando aumentar impostos de grandes empresas de energia, estas que se beneficiam do atual cenário, afirmou. A redução do IVA será aplicada a partir de outubro e durará até o fim do ano, visando o inverno no hemisfério norte.
Enquanto isso, Sánchez busca aumentar o fornecimento de gás ao país. Nesta semana, o presidente visitou o chanceler federal da Alemanha, Olaf Sholz, ocasião em que ambos discutiram a construção de um gasoduto que passe pela Europa Central e ligue os dois países. Até o momento, a França mostrou reticências com a proposta, mas o governo de Paris deu indicações de poderá avaliar a obra.
A Rússia iniciou nesta quarta-feira uma suspensão de três dias dos fluxos de gás para a Europa por meio do gasoduto Nord Stream 1. A estatal russa Gazprom atribui a interrupção a trabalhos de manutenção, mas há suspeitas de que Moscou estaria retaliando os europeus pelas sanções que sofreu após a invasão da Ucrânia.
França pede economia de energia
O ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, afirmou que todos devem “dar uma prova de sobriedade” com relação ao consumo de energia, no contexto atual do país. Em declarações a repórteres nesta terça-feira, 30, a autoridade disse que o país busca diversificar suas fontes de energia, para além do gás da Rússia, mas advertiu para a possibilidade de um inverno local “particularmente duro”.
A Europa enfrenta cortes no fornecimento do gás da Rússia, no contexto de tensões geopolíticas por causa da guerra na Ucrânia. Moscou tem dito que faz trabalhos de rotina como manutenções, mas há o temor entre nações europeias de que a motivação seja política e de que a Rússia possa cortar de vez esse fornecimento
Le Maire ressaltou a importância de se reduzir o consumo de energia, nesse contexto. Ele afirmou que é necessário um esforço do setor de transportes, das empresas, da administração pública e do comércio. E não descartou que possa ser organizado um racionamento de energia para empresas, a depender do quadro. De qualquer modo, disse que essa deve ser uma última opção, “porque não queremos acrescentar uma crise econômica à crise energética”.
Empresa alemã quer empréstimo
A Uniper, empresa gigante de energia alemã, informou na segunda-feira, 29, que solicitou uma extensão de um empréstimo ao banco estatal KfW, em meio a interrupções no fornecimento de gás da Rússia.
A companhia disse que recebeu mais 2 bilhões de euros (US$ 1,99 bilhão) na segunda-feira, o que significa que usou totalmente a linha de 9 bilhões de euros previamente acordada com o KfW. Desta forma, solicitou uma extensão de 4 bilhões de euros ao empréstimo, disse a empresa, observando que sua posição de liquidez permanece significativamente afetada pela interrupção no fornecimento de gás russo.
Os 4 bilhões de euros adicionais ajudarão a estabilizar a empresa enquanto as negociações continuam com o governo alemão sobre um pacote de estabilização, incluindo medidas relativas ao patrimônio da empresa, disse a Uniper.
No início deste mês, a Uniper registrou uma grande perda no primeiro semestre do ano, já que os preços do gás russo dispararam devido à oferta restrita. O governo alemão concordou com um pacote de resgate que fará com que o estado tenha uma participação de 30% na empresa.
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