Equatorial arremata Ceal, de Alagoas
O presidente da Equatorial Energia, Augusto Miranda, destacou que a assunção da Ceal, última distribuidora da Eletrobras a ser privatizada, ajudará a empresa a consolidar sua posição no segmento de distribuição.
A Equatorial Energia arrematou a Ceal na tarde desta sexta-feira, 28 de dezembro, ao ofertar um Índice Combinado de Deságio na Flexibilização Tarifária e Outorga igual a zero. Ao lance mínimo, a companhia não abre mão de qualquer flexibilização em nível de perdas ou custos operacionais ofertados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e também não paga outorga à União. O grupo foi o único a ofertar uma proposta pela distribuidora alagoana, assim como ocorreu quando levou a Cepisa, distribuidora da Eletrobras no Piauí, no certame de julho.
Em coletiva de imprensa após o leilão, o executivo salientou que a empresa já vinha se preparando “há muito tempo” para os aportes de capital que terá de fazer na Ceal, da ordem de R$ 545,77 milhões, e também na Cepisa, de R$ 721 milhões. “Por essa preocupação, fechamos o terceiro trimestre com R$ 4 bilhões em caixa. Isso mostra que fizemos o exercício, nos preparamos para esse momento, até para esse leilão e outros possíveis que vão acontecer durante o ano de 2019.”
Na próxima semana, a empresa detalhará ao mercado questões mais técnicas e financeiras da nova aquisição, afirmou Miranda.
Em Fato Relevante divulgado nesta sexta-feira, a Eletrobras lembra que será assegurado à estatal, seis meses após a liquidação da operação, aumentar sua participação em até 30% do capital da Ceal.
Eletrobras
O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, comemorou nesta sexta-feira, 28 de dezembro, a saída da estatal do segmento de distribuição com a venda de sua última distribuidora, a alagoana Ceal, nesta tarde. A privatização das seis empresas ao longo deste ano “tirou um peso” da Eletrobras, que agora poderá focar nos segmentos em que a companhia tem relevância ao País e maior capacidade de engenharia e tecnologia, destacou o executivo, em coletiva de imprensa.
A Equatorial Energia arrematou a Ceal ao ofertar um Índice Combinado de Deságio na Flexibilização Tarifária e Outorga igual a zero. Ao lance mínimo, a companhia não abre mão de qualquer flexibilização em nível de perdas ou custos operacionais ofertados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e também não há pagamento de outorga à União. Por já haver um deságio inicial embutido, o leilão resultará ainda em uma redução em torno de 3,5% da tarifa de energia em Alagoas, afirmou Ferreira Júnior.
O presidente da estatal não comentou diretamente números de alavancagem da empresa após a privatização das distribuidoras, mas lembrou que o processo terá um resultado contábil positivo com a alienação das empresas.
Ainda de acordo com Ferreira Júnior, a Eletrobras está caminhando para atingir um nível de alavancagem abaixo de 3,0 vezes, o que abriria espaço para um eventual retorno da empresa a leilões a partir do próximo ano. “Saímos fora de um negócio em que perdíamos dinheiro, agora temos uma perspectiva diferente”, frisou.
Sobre as dívidas assumidas com a Petrobras, da ordem de R$ 14 bilhões, o presidente da estatal disse acreditar que a empresa terá capacidade de honrá-las. “É certo que a situação da companhia é bastante melhor”, concluiu.
PPI
O presidente da Eletrobras destacou que a empresa está trabalhando junto ao Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) para realizar, no segundo semestre de 2019, o certame internacional de atração de um parceiro para concluir as obras da usina nuclear Angra 3. “Mas, evidentemente, está entrando um novo governo, temos que fazer essa transição com eles e avaliar”, afirmou, em coletiva de imprensa após o leilão de venda da Ceal, última distribuidora da estatal.
“Certamente, a frequência de acionamento dessa bandeira (vermelha nível 2), com Angra 3, seria muito menor, no caso do ano passado. Porque seria inexistente. Isso baixaria a tarifa ao consumidor, não aumentaria”, acrescentou.
Ferreira Júnior comentou ainda que as usinas Angra 1 e Angra 2 foram consideradas entre as 10 melhores do mundo nesse tipo de geração. “Trata-se hoje de uma geração de altíssima confiabilidade. (A usina) seria muito importante para o sistema, porque aumenta confiabilidade e tende a trazer o preço(para baixo) com a incidência menor de bandeiras de nível alto”.
Razões da Energisa
Embora tenha estudado participar do leilão da Ceal, última distribuidora da Eletrobras a ser vendida, o Grupo Energisa decidiu não entrar na disputa porque o negócio “não atendeu as métricas de risco e retorno adequados à aquisição”. “Uma das razões são as contingências e endividamento elevados” da distribuidora alagoana, detalhou a Energisa, em nota à imprensa
“No momento, a Energisa está focada na integração das duas distribuidoras adquiridas este ano da Eletrobras – Ceron e Eletroacre – com o objetivo de fazer dessas empresas mais um exemplo bem sucedido de transformação. Esse trabalho exigirá forte disciplina e foco, tendo em vista que as duas distribuidoras estão em situação financeira e operacional bastante crítica”, acrescenta a empresa.
Quem arrematou a Ceal no leilão na tarde desta sexta foi a Equatorial Energia, que já havia vencido o certame da Cepisa, distribuidora da Eletrobras no Piauí.
Única proponente do certame, a Equatorial ofertou um Índice Combinado de Deságio na Flexibilização Tarifária e Outorga igual a zero. Com isso, a empresa não abriu mão de qualquer flexibilização em nível de perdas ou custos operacionais ofertados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), nem ofereceu pagamento de outorga à União.