PLD cai no SE e Sul e vale R$ 201,98/MWh
Da Redação, de Brasília (Com apoio da CCEE) —
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE informou que o Preço de Liquidação das Diferenças – PLD para o período entre 24 de fevereiro e 2 de março foi fixado em R$ 201,98/MWh nos submercados Sudeste/Centro-Oeste e Sul, quedas de 4% e 6%, respectivamente. Já o preço no Nordeste subiu 3% ao passar de R$ 184,27/MWh para R$ 189,22/MWh, e segue no valor mínimo de R$ 40,16/MWh, estabelecido para 2018, no Norte.
O desacoplamento entre os preços do Norte com os demais submercados se deve ao limite de envio de energia por este submercado ter sido atingido em todos os patamares de carga, assim como os limites de recebimento de energia pelo Nordeste. A partir de março de 2018, conforme deliberação da Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel, o cálculo do PLD deixa de considerar a representação das perdas explícitas entre as interligações e o desacoplamento entre os preços do Sudeste e Sul deixa de acontecer, o que vinha ocorrendo mesmo sem que os limites de troca de energia entre os mesmos fosse atingido.
Em fevereiro, a expectativa é que as afluências no Sistema Interligado Nacional – SIN fechem em 82% na Média de Longo Termo – MLT, acima da média no Norte (105%) e abaixo nas demais regiões: Sudeste (83%), Sul (90%) e Nordeste (41%). Para março, a previsão de ENAs para o Sistema é de 91% da MLT.
A expectativa é que a carga prevista fique em torno de 2.180 MWmédios mais baixa, com redução esperada em todos os submercados: Sudeste (-1.490 MWmédios), Sul (-610 MWmédios), Nordeste (-50 MWmédios) e Norte (-35 MWmédios).
Já os níveis dos reservatórios do SIN ficaram cerca de 1.450 MWmédios mais baixos em relação ao esperado com queda verificada em todos os submercados, exceto no Nordeste (+50 MWmédios). Há registro de reduções na ordem de 610 MWmédios no Sudeste, 60 MWmédios no Sul e de 830 MWmédios no Norte.
O fator de ajuste do MRE previsto para fevereiro é de 113,2% e o índice para março é esperado em 113,3%. A previsão de Encargos de Serviços do Sistema – ESS para fevereiro é de R$ 218 milhões, com R$ 114 milhões referentes à restrição operativa. Já para o próximo mês, a expectativa é de R$ 313 mi em ESS, sendo R$ 253 milhões também referentes à restrição operativa.
Consumo
Dados preliminares de medição coletados entre os dias 1º e 20 de fevereiro indicaram redução de 4,9% no consumo e de 4,2% na geração de energia elétrica no país, na comparação com o mesmo período de 2017. As informações constam da mais recente edição do boletim InfoMercado Semanal Dinâmico, da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, que traz dados prévios de geração e consumo de energia, além da posição contratual líquida atual dos consumidores livres e especiais.
A análise indica o consumo de 61.920 MW médios em fevereiro no Sistema Interligado Nacional – SIN, montante 4,9% inferior quando comparado ao consumo no mesmo período de 2017. A queda nos índices de consumo e geração tem influência da presença do Carnaval nos primeiros dias de 2018, visto que o feriado aconteceu no fim de fevereiro no ano passado.
No Ambiente de Contratação Regulado – ACR (cativo), no qual os consumidores são atendidos pelas distribuidoras (onde estão inseridos os consumidores residenciais), o consumo caiu 7,7% e passou de 47.143 MW médios para 43.530 MW médios, índice que considera a migração de consumidores para o mercado livre (ACL). Sem esse efeito na análise, a queda no consumo de energia seria de 5,7%.
O consumo no Ambiente de Contratação Livre – ACL, no qual as empresas compram energia diretamente dos fornecedores (onde estão os consumidores de atividade industrial/comercial), apresenta elevação de 2,4%, número que incorpora o impacto das novas cargas vindas do ACR. Quando esse movimento é desconsiderado na análise, o ACL teria queda de 2,4% no consumo.
Já dentre os ramos da indústria avaliados pela CCEE, incluindo dados de autoprodutores, varejistas, consumidores livres e especiais, os setores de extração de minerais metálicos (+9,3%), metalurgia e produtos de metal (+4,7%) e de saneamento (+0,7%) registram aumento no consumo, mesmo sem o impacto da migração na análise. Os maiores índices de retração, no mesmo cenário sem migração, pertencem aos segmentos de bebidas (-10,4%), serviços (-9,6%) e químico (-9,5%).
A geração de energia no Sistema, em fevereiro, somou 65.410 MW médios, queda de 4,2%, em relação ao mesmo período de 2017. A geração térmica cresceu 9%, a eólica ficou estável (+0,2%) e a produção das usinas hidráulicas, incluindo as Pequenas Centrais Hidrelétricas, caiu 6,7% no período.
O InfoMercado Dinâmico também apresenta estimativa da produção das usinas hidrelétricas integrantes do Mecanismo de Realocação de Energia – MRE, em fevereiro, equivalente a 112,9% de suas garantias físicas, ou 51.492 MW médios em energia elétrica. Para fins de repactuação do risco hidrológico, o percentual é de 93,8%.