Operador acompanha evolução do sistema
Da Redação, de Brasília (com apoio do ONS) —
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou na quarta-feira, 11 de junho, durante reunião ordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), os resultados das projeções para o atendimento energético até o final de novembro de 2025. O Operador fez uma série de recomendações para manter o atendimento de potência no segundo semestre e ainda iniciar a recuperação dos níveis de armazenamento na região Sul.
Entre as propostas para reforçar o atendimento de potência estão itens como utilizar a capacidade de modulação das usinas hidrelétricas do rio São Francisco e da UHE Itaipu, bem como maximizar a disponibilidade da geração termelétrica, tanto das usinas merchant quanto das usinas GNL, neste último caso sem a necessidade de antecedência de 60 dias para o despacho. O CMSE já havia aprovado, em reunião anterior, a antecipação, para agosto de 2025, do suprimento de energia dos vencedores do leilão de reserva de capacidade de 2021.
Em relação ao atendimento da região Sul, a decisão do colegiado foi manter a deliberação definida em maio. Isso representa a continuidade do monitoramento do subsistema Sul, que teve os níveis dos reservatórios afetados por condições hidrometerológicas desfavoráveis verificadas nos últimos meses.
Dessa forma, seguem válidas iniciativas como as tratativas com os agentes de geração para viabilizar, no que for possível, a redução das defluências mínimas das usinas hidrelétricas das bacias da região, e a maximização do intercâmbio de energia elétrica para este submercado, com a possibilidade de despacho de geração termelétrica próxima ao centro de carga, com o objetivo de elevar os limites do intercâmbio de energia para o Sul. Nesse sentido, já houve a flexibilização de defluências mínimas das hidrelétricas de Barra Grande, Dona Francisca e Salto Osório.
“Há uma perspectiva de elevação dos níveis dos reservatórios do Sul a partir de agosto, mas seguimos atentos à região. A questão do atendimento de potência no segundo semestre também se mantém como prioridade e propusemos diferentes ações que vão garantir o atendimento da demanda”, afirma o diretor-geral do ONS, Marcio Rea.
O ONS comentou ainda que foi concluída a implementação dos aprimoramentos nos Sistemas Especiais de Proteção (SEP). A medida viabilizará o aumento dos limites de transmissão no Sistema Interligado Nacional (SIN), principalmente, do escoamento da energia do Nordeste para o Sudeste, aproveitando ainda mais a energia renovável daquela região. Com a confirmação do desempenho do SEP em campo, os próximos passos consistem em calcular os novos limites de transmissão, normatizá-los e disponibilizá-los para programação e tempo real.
Na oportunidade, foi solicitado também que o ONS apresente na reunião do PMO de julho, que acontecerá nos dias 26 e 27 de junho, os resultados dos estudos sobre o aumento dos limites de transmissão, com a implementação dos novos SEPs, assim como os resultados da avaliação sobre a flexibilização e adoção de critérios diferenciados de operação e como essas medidas impactam na redução dos cortes de geração renovável.
Visão geral dos próximos seis meses
As projeções de afluência no período de junho a novembro estão abaixo da Média de Longo Termo (MLT), tanto no cenário inferior (65% da MLT), como no superior (89% da MLT). O cenário geral é de pleno atendimento das demandas da sociedade brasileira. O Operador segue atento aos cenários para reforçar a segurança do SIN.
Se o cenário inferior se confirmar, a Energia Armazenada no Sudeste/Centro-Oeste ao final de novembro de 2025 seria de 8,2 pontos percentuais (p.p.) abaixo do valor verificado em novembro passado. A confirmação do cenário superior, no entanto, representaria um valor de 10,2 p.p. superior ante novembro de 2024. As mesmas projeções para o SIN indicam, para o final de novembro deste ano, a manutenção do percentual na condição menos otimista levaria a uma EAR 3,8 p.p. abaixo daquela verificada no mesmo mês em 2024.