O hidrogênio verde é a bola da vez
Luiz Felipe Fustaino (*)
É ponto pacífico que o hidrogênio tem se mostrado como uma das principais soluções para a adoção de uma matriz energética de baixo carbono em diversas indústrias, uma vez que conta com diversas aplicações.
Serve como matéria-prima na siderurgia, nos fertilizantes e no refino de petróleo; como combustível, para veículos de passageiros; para frete ferroviário e para navios graneleiros; como fonte de energia para aquecimento e uso em turbinas; entre outros.
Além disso, o insumo coloca o Brasil em evidência no cenário internacional já que o país tem abundância na geração de energia eólica e solar, e, por isso, é um dos líderes mundiais na produção de hidrogênio verde. A Unigel está construindo a primeira fábrica de hidrogênio verde do País.
O que poucos sabem é que existem diferentes fontes de hidrogênio e que, para cada fonte, o hidrogênio é conhecido por uma cor diferente.
De forma sintética, a especificação por cores é a seguinte:
Hidrogênio cinza: é o mais comum, feito a partir do gás natural. No momento de separação das moléculas, o hidrogênio é capturado e o gás carbônico é lançado na atmosfera. Em geral, são emitidos 10 kg de gás carbônico para cada 1 kg de H2 produzido. Quando esse gás carbônico é capturado e armazenado (normalmente reinjetado no solo), o hidrogênio é chamado de azul, com emissão entre 1 e 3 kg de CO2 para cada 1 kg de H2;
Hidrogênio musgo: é feito a partir de biomassa ou biocombustíveis, com substituição do metano (CH4) de origem fóssil por biometano ou por etanol (C2H5OH), com menor emissão de CO2 quando comparado ao hidrogênio cinza.
Hidrogênio verde: é gerado a partir da eletrólise da água. Nesse processo, o hidrogênio e o oxigênio são separados por meio do uso de fonte de energia renovável, seja eólica ou solar. Trata-se de um hidrogênio carbono zero, do início ao fim.
A Unigel é pioneira em um mercado-chave para projetos industriais de hidrogênio verde devido à alta capacidade de energia renovável instalada no Brasil.
A empresa está investindo US$ 120 milhões (cerca de R$ 650 milhões) na construção da maior fábrica de hidrogênio verde do Brasil. A planta deverá entrar em operação até o final de 2023.
Nessa ocasião, o projeto integrado de hidrogênio verde e de amônia verde da Unigel deverá ser o maior do mundo. A Unigel conta com a tecnologia líder mundial para eletrólise de alta eficiência da thyssenkrupp nucera, da Alemanha.
Localizada no Polo Industrial de Camaçari (BA), a nova fábrica, em sua primeira fase, terá capacidade de produção de 10 mil toneladas/ano de hidrogênio verde e de 60 mil toneladas/ano de amônia verde, voltada para o mercado doméstico. Na segunda fase do projeto, prevista para entrar em operação até 2025, a companhia vai quadruplicar a produção de hidrogênio e amônia verdes.
(*) Luiz Felipe Fustaino é diretor-executivo da Unigel.