A situação está feia na EPE. Os empregados já pararam 27 dias úteis em 2025, a e Empresa manteve a proposta de 4.26% de aumento. Sem aceitar a proposta dos sindicatos, que sugeria uma distribuição menor para os comissionados.
Ontem a EPE descontou até sete dias de salário dos funcionários, um desconto que foi considerado arbitrário, pois atingiu até mesmo servidores que estavam de férias, em treinamento, e até mesmo quem não aderiu à paralisação. O aviso veio às 7 horas da manhã do dia 1º de dezembro, que era justamente o dia do pagamento. É inegável que o o clima é de insatisfação geral.
Os diretores, alguns originários da Aneel, evitam dar as caras na sede da empresa, no Rio de Janeiro. Os servidores se sentem órfãos na estrutura do Ministério de Minas e Energia, pois para muitos a EPE infelizmente virou uma espécie de puxadinho de puxa-sacos do MME, mais ou menos como se tornou o ONS na atual gestão.
Esse parece ser o modo de trabalhar do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Não está preocupado com eficiência. No comando dos órgãos vinculados ao ministério, prefere ter quem puxa o saco. Isso acontece na Aneel, na CCEE, no ONS e agora, pelo visto, na EPE. É muita mediocridade num só ministério.
Na EPE, o que se vê é uma situação em que quem dá as cartas são justamente técnicos originários do próprio MME e da Aneel, que não conhecem a casa e estão metendo os pés pelas mãos, como se fossem interventores. Entre os servidores, que se sentem totalmente abandonados, só existe a convicção que alguém com autoridade na gestão federal precisa se inteirar do que acontece na EPE e dar um basta na situação atual de abandono.
Silveira é um protegido do próprio presidente Lula. Mesmo assim os servidores da EPE entendem que é possível trabalhar politicamente para mostrar o que acontece nos bastidores da Empresa. Tem gente que acredita que a salvação poderia vir da parte do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que não morre de amores por Alexandre Silveira e apenas o tolera. E além disso está próximo do presidente da República, que precisa conhecer a situação anacrônica em que se encontra o principal núcleo de planejamento energético do País.