A mediana do relatório Focus para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 15,00% pela 19ª semana consecutiva, após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter mantido os juros neste nível na mais recente decisão, no dia 17 de setembro. O colegiado se reúne novamente nesta semana.
Na ata do último encontro, o Copom reafirmou que o cenário é marcado por elevada incerteza, o que exige cautela na condução da política monetária. Repetiu também que seguirá vigilante, avaliando se a manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta.
O colegiado detalhou que, “na medida em o cenário tem se delineado conforme esperado, o Comitê inicia um novo estágio em que opta por manter a taxa inalterada e seguir avaliando se, mantido o nível corrente por período bastante prolongado, tal estratégia será suficiente para a convergência da inflação à meta”.
Considerando apenas as 77 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a mediana para a Selic no fim deste ano também seguiu em 15,0%.
A mediana para a Selic no fim de 2026 continuou de 12,25%, pela 6ª semana consecutiva. Considerando só as 76 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana diminuiu de 12,25% para 12,00%.
A projeção para o fim de 2027 continuou em 10,50% pela 38ª semana seguida. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,00% pela 45ª semana consecutiva.
Projeção suave do IPCA
A mediana do relatório Focus para a inflação suavizada nos próximos 12 meses permaneceu em 4,06%. Um mês antes, era de 4,21%. Essa medida ganhou importância nas análises do mercado após a regulamentação da meta de inflação contínua, válida a partir deste ano.
O novo alvo foi descumprido pela primeira vez no dia 10 de julho, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA fechou junho com alta de 5,35% em 12 meses – acima do teto da meta, de 4,50%, pelo sexto mês consecutivo. No mesmo dia, o Banco Central publicou uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informando que esperava que a inflação acumulada em 12 meses caísse abaixo do teto da meta no fim do primeiro trimestre de 2026.
Em declaração recente, o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, esclareceu que a expectativa da autarquia para o retorno da inflação ao centro da meta acompanha o horizonte relevante da política monetária, atualmente localizado no 1º trimestre de 2027. “O objetivo é o atingimento da inflação no horizonte relevante, e a cada momento a gente está conduzindo a política monetária para esse atingimento”, disse.
O novo regime prevê que o cumprimento da meta seja apurado com base na inflação acumulada em 12 meses. Se a taxa ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo. A meta é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. O ministro da Fazenda pode propor uma alteração ao Conselho Monetário Nacional (CMN), mas é necessário esperar 36 meses para que qualquer mudança tenha efeito.
A expectativa de inflação suavizada para os próximos 12 meses é calculada com base nas projeções das instituições para a inflação total nesse período. A cada nova divulgação do IPCA, a projeção para o mês mais antigo é substituída pelo novo dado. Para evitar saltos bruscos nas expectativas devido à diferença entre o valor projetado e o realizado, o Banco Central dilui esse desvio de forma gradual, do dia da divulgação até a próxima O resultado é a inflação suavizada.
