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ONS diz que vai aumentar despachos térmicos

Da Redação, de Brasília (com apoio do ONS) —

O Operador Nacional do Sistema Elétrico apresentou nesta terça-feira, 08 de julho, os resultados do Plano da Operação Energética (PEN 2025) – horizonte 2025-2029. O documento traz as avaliações das condições de atendimento ao mercado previsto de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN) para os próximos cinco anos. Entre os destaques está a estimativa de crescimento da carga de energia de 14,1%, no período, uma média de 3,4% ao ano, atingindo cerca de 94,6 GW médios em 2029, já contemplando a representação da Micro e Mini Geração Distribuída (MMGD).

Na oferta de energia elétrica, comparado a dezembro/2024, é estimado um acréscimo de 36 GW de capacidade instalada, totalizando 268 GW até 2029, já considerando a MMGD atual e a sua expansão. A MMGD, em conjunto com fonte solar, corresponderá a 32,9% da matriz elétrica em 2029.

A mudança no perfil da nossa matriz elétrica, com a crescente participação das fontes renováveis no atendimento ao SIN tem exigido maior flexibilidade das fontes convencionais, especialmente das hidrelétricas, que são mais controláveis e apresentam resposta rápida na regulação da potência entregue.

Dessa forma, o PEN 2025 recomenda explorar ações para adequar a flexibilidade operativa, provida pelo parque gerador, aos requisitos sistêmicos projetados para os próximos anos e Identifica também a necessidade de avanços em ferramentas computacionais, para avaliação da capacidade do sistema de suportar esses requisitos.

“Com o crescimento das fontes intermitentes, novos desafios também surgiram para a operação. Dessa forma precisamos cada vez mais de flexibilidade no sistema, com fontes de energia controláveis, que nos atendam de forma rápida para termos o equilíbrio entre a oferta e a demanda de energia, especialmente nos horários em que temos as chamadas rampas de carga. Isso é fundamental para garantir a segurança e a estabilidade do sistema elétrico brasileiro”, destaca Marcio Rea, diretor-geral do ONS.

Em relação ao atendimento de potência sob o ponto de vista conjuntural, o documento reforça a necessidade de preparar o sistema para elevados montantes de despacho termelétrico no segundo semestre, principalmente a partir de outubro.

Sob o ponto de vista estrutural, os resultados corroboram avaliações das edições anteriores, mostrando que o sistema apresenta um desequilíbrio em termos de potência.

“As análises energéticas do PEN 2025 indicam um equilíbrio estrutural do SIN durante o horizonte (2026/2029). No entanto, com relação ao atendimento de potência, os resultados deste relatório mostram um aprofundamento do déficit estrutural para atendimento ao requisito de potência e conforme já alertado pelo Operador anteriormente, nos fazem recomendar ao Poder Concedente que organize tempestivamente leilões anuais para contratar recursos para aumentar a oferta do atributo potência”, ressalta Alexandre Zucarato, diretor de Planejamento do ONS.

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