Facas e foices no ar, além dos aviões de carreira
Para quem gosta de eleições, a antevéspera da escolha do novo Conselho de Administração da associação dos comercializadores de energia, a Abraceel, tem sido um prato feito. A eleição está marcada para o dia 08 de março, em São Paulo. Estão lançados todos os ingredientes de uma autêntica campanha eleitoral, embora todos os números sejam extraordinariamente reduzidos.
Enfim, são até agora (não há muita perspectiva de ter aumento nesse número) 13 candidatos, para oito vagas no Conselho. E, no total, estarão habilitados a votar 68 dos atuais 71 associados, pois, afinal, três aderiram há poucos dias e não podem ser habilitados.
O que tem chegado ao conhecimento deste site é de arrepiar, pois aparentemente tem gente que não está interessada em perder o status quo, teme o futuro e prefere investir na manutenção de nomes que, se eleitos, poderão ser administrados com mais facilidade.
A briga é de foice no escuro e, no momento, além das próprias foices, voam facas para todos os lados, com algumas acusações ridículas a candidatos que, democraticamente, acreditam no processo e estão competindo limpamente, tentando ganhar posições dentro da associação apenas na base da força dos seus argumentos.
Ao que tudo indica, tem gente que não quer largar a rapadura e coloca uma espécie de tropa de choque no circuito para espalhar a velha e boa intriga sobre nomes em ascensão dentro do ambiente dos comercializadores. A briga é boa e a fofoca rola solta. Este site, que obviamente não é eleitor e tem interesse meramente jornalístico, apenas acompanha o processo e registra o fato.
Como ocorre em outras associações, a função de conselheiro não é remunerada. Na realidade, ser conselheiro é de certa forma até um sacrifício pessoal, que, em contraponto, oferece prestígio a quem senta no Conselho de Administração.
Afinal, a Abraceel, que já foi uma espécie de patinho feio entre as associações do setor elétrico, hoje está plenamente consolidada e tranquilamente “jantou” algumas organizações similares, que se perderam ao longo do tempo e não souberam acompanhar a evolução e a modernização do setor elétrico brasileiro, inclusive a relação entre os agentes econômicos e o poder político. É natural que os holofotes se acendam na direção de uma associação que tem vitalidade.
Os associados naturalmente se preocupam com a Abraceel, tanto que o processo eleitoral ocorre dessa forma, bastante animado. Embora todos dela se orgulhem, existem visões de mundo diferentes e é natural que a eleição reflita esse choque de opiniões, não apenas em relação ao trabalho do Conselho de Administração, mas, também, da própria Diretoria-Executiva. Enfim, nada mais monótono do que a unanimidade.
Logo após a eleição para o Conselho, a associação sempre realiza a sua reunião de Planejamento Estratégico. Nesse momento, os ânimos já estarão mais serenados, quem ganhou, ganhou e quem perdeu, perdeu. O jeito, como sempre, é absorver os resultados da eleição e olhar para a frente, pois o mercado livre de energia elétrica, embora consolidado, tem alguns adversários históricos que sabem trabalhar muito bem nos bastidores e sabem como ninguém como atrapalhar qualquer desenvolvimento da energia livre.