Focus mostra variação na alta do PIB em 2018
A expectativa de alta para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano passou de 1,50% para 1,49%, conforme o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 13 de agosto, pelo Banco Central (BC). Há quatro semanas, a estimativa era de crescimento de 1,50%. Para 2019, o mercado manteve a previsão de alta do PIB de 2,50%, igual ao visto quatro semanas atrás.
No fim de junho, o BC reduziu sua projeção para o PIB em 2018, de 2,6% para 1,6%. A instituição atribuiu a mudança na estimativa à frustração com a economia no início do ano. Em 20 de julho, o Ministério do Planejamento também atualizou sua projeção, de 2,5% para 1,6%.
Produção industrial
No relatório Focus desta segunda-feira, 13, a projeção para a produção industrial de 2018 foi de alta de 2,85% para elevação de 2,79%. Há um mês, estava em 2,96%. No caso de 2019, a estimativa de crescimento da produção industrial seguiu em 3,00%, igual ao verificado quatro semanas antes.
Há duas semanas, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a produção industrial subiu 13,1% em junho, em um movimento de recuperação após a greve dos caminhoneiros. Em maio, a produção industrial havia despencado 11%.
A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2018 permaneceu em 54,25%. Há um mês, estava em 54,93%. Para 2019, a expectativa seguiu em 57,70%, ante os 58,00% de um mês atrás.
Déficit primário/PIB
O Relatório de Mercado Focus trouxe mudança na projeção para a área fiscal em 2018. A relação entre o déficit primário e o PIB este ano foi de 2,00% para 2,05%. No caso de 2019, permaneceu em 1,50%. Há um mês, os porcentuais estavam em 2,05% e 1,50%, respectivamente.
Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2018 seguiu em 7,40%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2019, foi de 6,90% para 6,85%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 7,40% e 6,80%, nesta ordem.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Preços administrados
O Relatório de Mercado Focus indicou nesta segunda-feira, 13 de agosto, manutenção na projeção para os preços administrados em 2018. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador este ano seguiu com alta de 7,00%. Para 2019, a mediana passou de elevação de 4,50% para alta de 4,72%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 6,45% para os preços administrados neste ano e elevação de 4,40% no próximo ano.
As projeções atuais do BC para os preços administrados, no cenário de mercado, indicam elevações de 7,2% em 2018 e 4,6% em 2019. Estes porcentuais foram informados no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), em junho.
IGP-M
O Relatório de Mercado Focus mostrou que a mediana das projeções do IGP-M de 2018 passou de +7,74% para +7,82%. Há um mês, estava em +7,70%. No caso de 2019, o IGP-M projetado foi de +4,47% para +4,49%, ante +4,47% de quatro semanas antes.
Calculados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do câmbio e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.
IPCA mensal
Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para a inflação em agosto de 2018, de 0,06% para 0,05%. Um mês antes, o porcentual projetado estava em 0,10%.
Para setembro, a projeção seguiu em 0,22% e, para outubro, permaneceu em 0,29%. Há um mês, os porcentuais eram de 0,21% e 0,29%, respectivamente.
No RTI, divulgado no fim de junho, o BC informou que sua projeção de inflação no curto prazo era de 0,20% para agosto.
No Focus de hoje, a inflação suavizada para os próximos 12 meses seguiu em 3,66% de uma semana para outra – há um mês, estava em 3,77%.
Aumenta previsão do IPCA
Já após os dados mais recentes de inflação, divulgados na semana passada, os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA – o índice oficial de preços – de 2018. O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 13, pelo Banco Central (BC), mostra que a mediana para o IPCA este ano foi de 4,11% para 4,15%. Há um mês, estava neste mesmo patamar. A projeção para o índice em 2019 seguiu em 4,10%. Quatro semanas atrás, exibia a mesma taxa.
O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2020, que seguiu em 4,00%. No caso de 2021, a expectativa permaneceu em 3,93%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 4,00% para ambos os anos.
A projeção dos economistas para a inflação em 2018 está dentro da meta deste ano, cujo centro é 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 3,0% a 6,0%). Para 2019, a meta é de 4,25%, com margem de 1,5 ponto (de 2,75% a 5,75%). No caso de 2020, a meta é de 4,00%, com margem de 1,5 ponto (de 2,5% a 5,5%). Já a meta de 2021 é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).
Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação de julho foi de 0,33%, acima do 0,27% projetado pelo BC no último Relatório Trimestral de inflação (RTI), de junho. No acumulado do ano, o IPCA está em 2,94%.
No Focus, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2018 foi de 4,10% para 4,16%. Para 2019, a estimativa do Top 5 passou de 4,07% 4,20%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 4,10% e 4,06%, respectivamente.
No caso de 2020, a mediana do IPCA no Top 5 permaneceu em 4,00%, igual ao verificado há um mês. A projeção para 2021 no Top 5 seguiu em 3,75%, também igual ao visto um mês atrás.
A projeção mediana para o IPCA 2018 atualizada com base nos últimos 5 dias úteis foi de 4,11% para 4,15%. Houve 44 respostas para esta projeção no período. Há um mês, o porcentual calculado estava em 4,11%. No caso de 2019, a projeção do IPCA dos últimos 5 dias úteis passou de 4,10% para 4,14%. Há um mês, estava em 4,10%.
As projeções do IPCA que consideram apenas os últimos 5 dias úteis são uma das novidades do novo formato do Focus. As estimativas gerais do IPCA, que seguem fazendo parte do Focus, levam em conta os últimos 30 dias. Conforme o BC, a intenção de divulgar projeções com base nos últimos dias úteis tem como objetivo mostrar um retrato mais tempestivo do indicador de inflação.
Selic
Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica de juros) para o fim de 2018 e de 2019. O Relatório de Mercado Focus trouxe que a mediana das previsões para a Selic este ano seguiu em 6,50% ao ano. Há um mês, estava no mesmo patamar. Já a projeção para a Selic em 2019 permaneceu em 8,00% ao ano, igual ao verificado há quatro semanas.
No caso de 2020, a projeção para a Selic seguiu em 8,00% e, para 2021, também permaneceu em 8,00%. Há um mês, os porcentuais projetados eram de 8,00% para ambos os anos.
Há duas semanas, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anunciou a manutenção, pela terceira vez consecutiva, da Selic (a taxa básica de juros) em 6,50% ao ano. Em sua decisão, o Copom afirmou que os indicadores recentes da atividade econômica “refletem os efeitos da paralisação no setor de cargas, mas há evidências de recuperação subsequente”.
A instituição também reconheceu que a inflação de junho, de 1,26%, refletiu a greve dos caminhoneiros e “outros ajustes de preços relativos”. No entanto, pontuou que os “dados recentes corroboram a visão de que esses efeitos devem ser temporários”.
Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação de julho foi de 0,33%, acima do 0,27% projetado pelo BC no último Relatório Trimestral de inflação (RTI), de junho. No acumulado do ano, o IPCA está em 2,94%.
Para o grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo, a mediana da taxa básica em 2018 seguiu em 6,50% ao ano, igual ao verificado um mês antes. No caso de 2019, a projeção do Top 5 para a Selic seguiu em 7,63%, ante 7,75% de quatro semanas atrás. No caso de 2020, permaneceu em 8,50% e, para 2021, também em 8,50%. Há um mês, estavam em 8,50% para 2020 e 2021.