PLD mantém trajetória de alta no SE-CO, Sul e NE
Da Redação, de Brasília (Com apoio da CCEE) —
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE informou, nesta sexta-feira, 20 de abril, a que o Preço de Liquidação das Diferenças – PLD para o período entre 21 e 27 de abril foi fixado em R$ 40,16/MWh no Norte, voltando ao valor mínimo estabelecido pela Aneel para 2018 em todos os patamares. No Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Nordeste, o preço passou de R$ 122,73/MWh para R$ 135,38/MWh, aumento de 10%.
Os limites de envio de energia do Norte continuam sendo atingidos, o que impacta no descolamento de seus preços em relação aos demais. A redução do preço se deu por conta do aumento da disponibilidade de geração hidráulica e da redução da carga na região.
As afluências previstas para o Sistema foram reduzidas em todos os submercados, exceto no Norte, onde a expectativa passou de 105% para 112%. As ENAs são esperadas em 92% no Sudeste, 101% no Sul e em 48% no Nordeste.
Já a expectativa de carga para os próximos sete dias é de redução de 2.250 MWmédios frente à previsão da semana passada com redução em todos os submercados, exceto no Sul, cuja carga está 215 MWmédios mais alta. Houve redução na carga do Sudeste (-1.780 MWmédios), Nordeste (-460 MWmédios) e no Norte (-230 MWmédios).
Os níveis dos reservatórios estão cerca de 265 MWmédios mais baixos frente à expectativa anterior, com elevação verificada apenas no Sul (+20 MWmédios). As reduções são de 205 MWmédios nos níveis dos reservatórios no Sudeste, 50 MWmédios no Nordeste e de 30 MWmédios no Norte.
O fator de ajuste do MRE esperado para abril foi revisto de 101,8% para 99,5%. A previsão de Encargos de Serviços do Sistema – ESS para o período é de R$ 381 milhões, com R$ 136 milhões referentes à restrição operativa e o restante (R$ 245 mi) à segurança energética no Nordeste.
Aumento do consumo e da geração
Dados preliminares de medição coletados entre os dias 1º e 17 de abril indicam aumento de 3,2% no consumo e de 3,9% na geração de energia elétrica no país, na comparação com o mesmo período de 2017. As informações são do boletim InfoMercado Semanal Dinâmico, da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, que traz dados prévios de geração e consumo de energia, além da posição contratual líquida atual dos consumidores livres e especiais.
A análise aponta que o consumo de energia no Sistema Interligado Nacional – SIN alcançou 62.006 MWmédios em abril, índice 3,2% superior ao registrado no mesmo período do ano passado e impactado pelas temperaturas mais elevadas em 2018.
No Ambiente de Contratação Regulado – ACR (cativo), no qual os consumidores são atendidos pelas distribuidoras (onde estão inseridos os consumidores residenciais), houve aumento de 0,6% no consumo, dado que considera as cargas que migraram para o mercado livre (ACL). Haveria incremento de 2,2% no consumo, caso a migração fosse desconsiderada na análise.
O consumo no Ambiente de Contratação Livre – ACL, no qual as empresas compram energia diretamente dos fornecedores (onde estão os consumidores de atividade industrial/comercial), cresceu 9,7% em abril número que já leva em conta as cargas oriundas do ACR na análise. Sem esse movimento na análise, o consumo seria 5,7% superior.
Dentre os ramos da indústria avaliados pela CCEE, incluindo dados de autoprodutores, varejistas, consumidores livres e especiais, os setores de veículos (+16,4%), metalurgia e produtos de metal (+11,8%)e alimentício (+8,9%) registraram aumento no consumo, mesmo sem o impacto da migração na análise, enquanto os maiores índices de retração, no mesmo cenário, pertencem aos segmentos de serviços (-3,1%), saneamento (-0,9%) e químico (-0,8%).
Já a geração de energia atingiu 65.562 MWmédios em abril, incremento de 3,9% no montante de energia produzido pelas usinas do Sistema frente à geração em 2017. A produção das usinas hidráulicas, incluindo as Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCHs, cresceu 11,5%, enquanto a geração eólica (-19,6%) e térmica (-20%) caiu no período.
O InfoMercado Semanal Dinâmico também apresentou estimativa da produção das usinas hidrelétricas integrantes do Mecanismo de Realocação de Energia – MRE, em abril, equivalente a 101,8% de suas garantias físicas, ou 49.693 MW médios em energia elétrica. Para fins de repactuação do risco hidrológico, o percentual é de 90,6%.
Liquidações financeiras
De acordo com a CCEE, as liquidações financeiras de energia nuclear e cotas de garantia física e potência, referentes a março de 2018, movimentaram R$ 899,5 milhões, sendo registradas adimplências de 97,41% e 96,78%, respectivamente, nas operações.
A liquidação financeira de energia nuclear é a operação pela qual 44 distribuidoras de energia elétrica rateiam a produção das usinas de Angra I e II, que pertencem à estatal Eletronuclear e estão instaladas em Angra dos Reis (RJ). Em março, a operação liquidou R$ 276.545.146,74 dos R$ 283.886.431,34 contabilizados, com 97,41% de adimplência.
No caso da liquidação de cotas, a operação somou R$ 623.031.695,70 dos R$ 643.773.230,90 contabilizados, o que representa adimplência de 96,78%. A liquidação de cotas é a operação na qual 44 distribuidoras de energia pagam para as geradoras envolvidas nesse regime uma receita de venda definida pelo governo – as hidrelétricas cuja concessão foi renovada ou expirada e que são alcançadas pela Lei 12.783/13. Os empreendimentos enquadrados no regime de cotas somam mais de 12 GW médios de garantia física.
Ambas as liquidações foram atribuídas à CCEE em 2013, sendo que a das usinas de Angra passou a ser realizada em separado pela instituição em atendimento à Lei 12.111/2009, enquanto a liquidação de cotas foi atribuída pela Lei 12.783/13.