Senai-DF forma trabalhadores com Casa Solar
Maurício Corrêa, de Brasília —
Ao longo dos seus 75 anos de existência, o Senai já qualificou, em todo o País, 60 milhões de trabalhadores. Agora, mais do que em outras épocas, a instituição vive um momento em que o ensino profissionalizante por ela ministrado precisa correr na mesma velocidade que aquela que caracteriza as transformações tecnológicas, para que a mão-de-obra esteja em condições de acompanhar as rápidas mudanças que a tecnologia provoca no dia a dia das empresas e dos trabalhadores. É nesse contexto, que a unidade do Senai localizada na cidade-satélite de Taguatinga, no Distrito Federal, construiu uma Casa Solar para treinar alunos que queiram trabalhar no campo da energia elétrica produzida pelo Sol.
Janaína Braga D`Almeida, diretora do Senai Taguatinga, explicou que a instituição se esforça, no dia a dia, para oferecer treinamento profissional de qualidade, para que os alunos possam se posicionar bem no mercado de trabalho. “Já foram treinados mais de 400 alunos na Casa Solar e outros 700 encontram-se numa lista de espera para que possam participar de um dos nossos cursos oferecidos nos três turnos”, disse a diretora.
Centro de Demonstração de Energias Renováveis é o nome oficial da Casa Solar, que fica localizada numa área de 100 metros quadrados da unidade do Senai em Taguatinga. A estrutura dispõe de equipamentos destinados à captação de raios solares e, com os instrutores do Senai, fica muito mais fácil entender como funciona o processo da energia solar, fonte que, embora ainda seja pequena, quando comparada com o restante da matriz energética brasileira, tem grande potencial de expansão e, naturalmente, exigirá especialistas para a instalação e manutenção desse tipo de tecnologia. Ao final de abril, em todo o País, mais de 10 mil consumidores residenciais já contavam com equipamentos de geração solar instalados em suas propriedades.
Olhando por fora, é uma casa comum. Nos fundos, estão instaladas as placas fotovoltaicas, que captam a luz do sol e convertem essa energia em corrente elétrica. Em dias menos ensolarados, a casa tem um conjunto de baterias, que permitem o seu funcionamento durante 48 horas. O projeto já foi dimensionado dentro de uma visão de eficiência energética, ou seja, a casa pode efetuar a coleta de água da chuva e mantê-la em reservatório para ser utilizada em descargas. As janelas foram construídas para favorecer a climatização e o telhado possui isolante térmico. A estrutura também é totalmente acessível para pessoas com necessidades especiais.
A diretora Janaína D`Almeida revelou que, há um ano, o Senai-DF mantém uma parceria com a GIZ, agência alemã para cooperação técnica e desenvolvimento sustentável, na forma consolidada de um convênio no valor de R$ 74,7 mil, pois ambas as instituições têm visões convergentes quanto à preservação do meio ambiente e busca de mais eficiência energética. Nesse convênio, o Instituto Ideal, que está ligado à eficiência energética e ao desenvolvimento sustentável, entrou com recursos da ordem de R$ 21 mil, enquanto a GIZ contribuiu com R$ 30 mil, cabendo o restante ao Senai-DF.
Para Célia Regina Alberti Leitão, coordenadora do Instituto Senai de Tecnologia da Construção Civil, o potencial do módulo de energia solar é muito grande e tem atraído muitos alunos interessados, entre os quais até engenheiros já formados, estudantes de Engenharia e pessoas interessadas em trabalhar como autônomos. O curso tem duração mínima de 160 horas.
Marco Secco, diretor geral do Senai-DF, disse que a instituição é uma entidade pública de Direito Privado. As indústrias destinam o equivalente a 1% da folha de pagamentos para a manutenção do Sistema Senai e, nessa condição, ele acredita que eventuais reformas que serão introduzidas na legislação trabalhista não deverão afetar o Sistema Senai